quarta-feira, 8 de junho de 2016

Aumento de embarques pelo Arco Norte ainda não reduziu custo com transporte.



O aumento do embarque de grãos pelo Arco Norte, principalmente em Belém (PA) e Itaqui (MA), demonstra um avanço nas políticas de incentivo do setor, mas que ainda não é suficiente para diminuir o custo dos produtores comtransporte por causa da falta de infraestrutura em rodovias, ferrovias e hidrovias, apontou a assessora técnica da Comissão de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisangela Pereira Lopes.


Elisângela ressaltou que as exportações do complexo soja e milho pelos portos do Arco Norte saltaram de 7 milhões de toneladas em 2009 para 19,4 milhões de toneladas em 2015. Apesar do aumento, 80,4% da produção de grãos acima do paralelo 16 ainda é exportada pelos portos de Santos e Paranaguá.Segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) citados pela assessora, as despesas com transporte da lavoura até os portos de embarque no Brasil aumentaram 228,6% de 2003 a 2013. "A mudança da produção para o Centro-Norte do País - região desprovida de infraestrutura e logística adequada - eleva o custo operacional em até 30%", disse Elisângela, conforme nota divulgada pela confederação. A avaliação foi feita durante apresentação no 1º Fórum Internacional de Logística e Modais realizado na 5ª edição doRondônia Rural Show. 

A assessora da CNA apresentou ainda dados de uma simulação feita em 2014 pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) a respeito do custo do transporte da produção escoada para os portos do Sul e Sudeste. Conforme os dados, a produção de soja que sai pelas rodovias de Sorriso (MT) com destino ao Porto de Santos (SP) custava US$ 126 a tonelada. Se utilizada a BR-163, de Sorriso a Miritituba (PA), com transbordo até os portos de Belém, o valor recuaria para US$ 80 a tonelada.

A assessora técnica da CNA disse também que, comparado aos demais Estados brasileiros, Rondônia ocupa a 21ª posição em densidade de rodovia pavimentada e que aproximadamente 50% dessa malha demonstra alguma deficiência em termos de sinalização, pavimentação e geometria da via. Entre os investimentos necessários para a região, a CNA apontou a adequação, dragagem e sinalização da hidrovia do Rio Madeira, ampliação e modernização do Porto de Porto Velho e construção de faixa adicional, sinalização e recuperação do pavimento da BR-364.

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