segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Portuários do Rio de Janeiro participaram de paralisação nacional.

Os trabalhadores dos portos do Rio de Janeiro integram a paralisação nacional de seis horas, que começou às 7h desta última sexta-feira. Os portuários reivindicam correção do fundo de pensão Portus, a regulamentação da guarda portuária e melhorias no plano de carreira para os aposentados, segundo o Sindicato dos Portuários do Estado do Rio de Janeiro.

A paralisação no estado abrange os quatro terminais (Angra dos Reis, Niterói, Rio e Itaguaí) e pode se estender para uma greve de 24h, no dia 30 de janeiro. “Hoje é uma paralisação de advertência”, disse o presidente do sindicato, Sergio Gianneto. Na estimativa dele, cerca de 950 trabalhadores estão parados. Em todo país 22 de 30 portos participam do movimento.

Segundo os portuários, uma das principais preocupações da categoria, dentre as reivindicações é a sinalização do governo federal, em especial do ministro dos Portos, Antonio Henrique Pinheiro, para terceirizar a guarda portuária que é uma atividade fim da categoria.

“Na lei está escrito que haverá uma regulamentação da guarda, mas o ministério (Secretaria dos Portos - SEP) quer passar por cima", disse Gianneto. Para ele, a SEP sofre pressão de empresas de vigilância que "têm olho grande neste mercado de 30 portos". "O problema é que não basta ser qualquer vigilante. Tem que ser treinado em regras internacionais", destacou.

Em relação ao fundo de pensão, a categoria explica que o governo deixou de contribuir com sua parte nos últimos anos e que, por isso, a dívida chega a R$ 4 bilhões. "Queremos que o governo pague a parte dele. A nossa contribuição nós fizemos", informou Gianetto. Segundo ele, a categoria defende o parcelamento da dívida em 30 anos, por exemplo, com parcelas anuais de R$ 15 milhões.

A Secretaria de Portos informou, em nota, que "está ciente das reivindicações" e mantém "diálogo com os trabalhadores" . Ao lado da Secretaria-Geral da Presidência da República, o órgão informou ainda que"acompanha os desdobramentos" da paralisação nacional.

Fonte:Monitor Mercantil

Portuários do Rio de Janeiro participaram de paralisação nacional.

Os trabalhadores dos portos do Rio de Janeiro integram a paralisação nacional de seis horas, que começou às 7h desta última sexta-feira. Os portuários reivindicam correção do fundo de pensão Portus, a regulamentação da guarda portuária e melhorias no plano de carreira para os aposentados, segundo o Sindicato dos Portuários do Estado do Rio de Janeiro.

A paralisação no estado abrange os quatro terminais (Angra dos Reis, Niterói, Rio e Itaguaí) e pode se estender para uma greve de 24h, no dia 30 de janeiro. “Hoje é uma paralisação de advertência”, disse o presidente do sindicato, Sergio Gianneto. Na estimativa dele, cerca de 950 trabalhadores estão parados. Em todo país 22 de 30 portos participam do movimento.

Segundo os portuários, uma das principais preocupações da categoria, dentre as reivindicações é a sinalização do governo federal, em especial do ministro dos Portos, Antonio Henrique Pinheiro, para terceirizar a guarda portuária que é uma atividade fim da categoria.

“Na lei está escrito que haverá uma regulamentação da guarda, mas o ministério (Secretaria dos Portos - SEP) quer passar por cima", disse Gianneto. Para ele, a SEP sofre pressão de empresas de vigilância que "têm olho grande neste mercado de 30 portos". "O problema é que não basta ser qualquer vigilante. Tem que ser treinado em regras internacionais", destacou.

Em relação ao fundo de pensão, a categoria explica que o governo deixou de contribuir com sua parte nos últimos anos e que, por isso, a dívida chega a R$ 4 bilhões. "Queremos que o governo pague a parte dele. A nossa contribuição nós fizemos", informou Gianetto. Segundo ele, a categoria defende o parcelamento da dívida em 30 anos, por exemplo, com parcelas anuais de R$ 15 milhões.

A Secretaria de Portos informou, em nota, que "está ciente das reivindicações" e mantém "diálogo com os trabalhadores" . Ao lado da Secretaria-Geral da Presidência da República, o órgão informou ainda que"acompanha os desdobramentos" da paralisação nacional.

Fonte:Monitor Mercantil

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Saída pelo Norte reduzirá em 34% custo de frete.

A alternativa de escoamento de grãos que se desenha para os próximos anos, pelo Norte do país, poderá ter um impacto significativo no custo do frete para os produtores rurais do Centro-Oeste. A expectativa do setor é de uma redução média da ordem de 34% no custo do transporte da safra 2015/16, frente aos preços de hoje, uma vez que boa parte da colheita passará a ser levada pela BR-163 ou pelo rio Tapajós até os portos de Santarém e Vila do Conde, no Pará. Mais que isso: ao sair pelo Norte, o milho e a soja brasileiros poderão ser levados à Ásia pelo Canal do Panamá, em vez de dobrar a África, o que diminuiria em quatro dias o trajeto de ida e volta à China e em 20% o custo com transporte marítimo.

Dentro do território brasileiro, a nova rota de escoamento pelo Pará representará menos quilômetros rodados, fator que mais pesa na composição de preços do frete. Tomando-se como ponto de partida o município de Sorriso - importante polo de produção agrícola de Mato Grosso - isso significa uma economia de 700 a mil quilômetros de estrada, quando comparada à distância até os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

"Na safra 2012/13, o valor médio do frete ficou em US$ 133 por tonelada para Santos e Paranaguá, e a nossa projeção é que esse valor fique em cerca de US$ 88 por tonelada com o embarque via Pará, no momento em que os terminais da região estiverem em funcionamento pleno", diz Edeon Vaz Ferreira, diretor-executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, formado por dez entidades, entre elas Aprosoja, Acrimat e Famato. "Considerando os benefícios que a BR-163 trará, o produtor teria um ganho de R$ 3,00 por saca só com a economia no frete".

Para a redução ocorrer, porém, será preciso finalizar o asfaltamento da BR-163 até os pontos de transbordo. Grandes porções da chamada "rodovia da soja" ainda estão intransitáveis no período de chuvas. A lama se espalha de lado a lado na rodovia federal. Nos meses secos, os caminhões sofrem com lentidão por causa dos buracos e com o aumento dos custos operacionais - acidentes, tombamentos de cargas, desgastes do veículo e consumo maior de diesel. Segundo transportadoras ouvidas pelo Valor, estradas ruins como a BR-163 levam à perda média de 150 quilos de soja por viagem.

Até Miritituba, distrito do município de Itaituba onde estão sendo construídos nove terminais fluviais privados de transbordo de cargas, são 189 quilômetros de terra batida. Segundo produtores, isso atrapalha - e muitas vezes inviabiliza - o tráfego pesado dos caminhões. O asfaltamento desse trecho é importante porque permitirá levar a produção até esses terminais, que de lá seguirá por barcaças pelo Tapajós até os portos marítimos, de onde serão transferidos aos navios para exportação.

O trecho mais crítico, diz Kleber Menezes, presidente da Associação dos Terminais Privados do Rio Tapajós (Atap), está entre Novo Progresso e Trairão. Segundo ele, o custo da estrada nessas condições tem impacto direto nas negociações sobre o valor do frete. "Incerteza é um valor tangível porque ela é precificada no começo. O frete depende de vários fatores, entre eles se o caminhão vai ficar atolado ou não. Se não ficar, é um valor. Se ficar, é outro".

Se a opção for levar a carga de Mato Grosso a Santarém utilizando só a rodovia, há outros 300 quilômetros em situação semelhante, todos dentro do Estado do Pará. O governo federal promete terminar o asfaltamento até o fim de 2015.

"De Sorriso a Santos, são 1.950 km, e até Paranaguá, são 2.100 km. De Sorriso a Santarém, pela BR-163, são 1.400 km. Se o destino for Miritituba, o trajeto diminui ainda mais: 1.100 km. O custo 34% menor se deve a essa redução da distância", explica Ferreira.

Além da estrada em melhor condição e da hidrovia Tapajós em operação, os ganhos serão também pelo mar. Os produtores brasileiros citam o benefício da utilização do Canal do Panamá como um "motivador" extra aos investimentos que vêm sendo realizados nessa região do Pará - não só em estações fluviais e portos marítimos, o chamado "Arco Norte", como no interesse de empresas agrícolas em se instalar na área.

O trajeto de ida e volta até a China seria reduzido de 40 para 36 dias em relação ao caminho hoje percorrido pelos navios que saem de Santos e Paranaguá. Não é pouca coisa tratando-se do maior importador de soja brasileira. Apenas em 2013, o país comprou 75% da oleaginosa exportada pelo país, ou 32,25 milhões de toneladas.

Hoje, o Canal do Panamá tem capacidade para movimentar 300 milhões de toneladas ao ano e comporta navios de até 60 mil toneladas, que carregam o equivalente a duas mil carretas de soja. Obras de modernização em curso no canal permitirão a movimentação de navios maiores, de até 150 mil toneladas ou o equivalente a cinco mil carretas.

Segundo a Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Ministério da Agricultura (CTLOG), quando a obra estiver finalizada, até 2020, o canal estará operando um bilhão de toneladas anualmente. A entidade calcula que a mudança de padrão do navio já será suficiente para reduzir em 20% o custo do transporte por essa via.

O Movimento Pró-Logística prevê que, também até 2022, os portos do "Arco Norte" - Santarém, Vila do Conde e Outeiro - possam escoar 60 milhões de toneladas de grãos. Segundo Ferreira, a expectativa é que 60% da produção de Mato Grosso passe a ser escoada pelo Norte, e os demais 40% por Santos e Paranaguá.

Hoje, uma ínfima parte da colheita do Brasil é escoada pelos portos da Amazônia: em 2013, 4,5 milhões de toneladas produzidas em Mato Grosso saíram via Porto Velho (RO) e outras 800 mil toneladas via Itaqui (MA). "O fato é que a BR-163 é limitada, e os investimentos em ferrovias devem continuar, assim como nas hidrovias. Se houvesse um sistema hidroviário mais adequado, em vez de R$ 3 por saca, como deve ganhar o produtor com a BR-163, ele ganharia até R$ 6", afirma Ferreira, do Movimento Pró-Logística.

Fonte: Valor Econômico/Mariana Caetano e Bettina Barros | De São Paulo

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Área logística precisa de mais profissionais qualificados.

O desenvolvimento recente da economia de Pernambuco traz a reboque a expansão de diversos campos de trabalho, mas um deles se destaca pela “onipresença”. A logística - com forte atuação em transporte, armazenagem e distribuição - tem ampliado sua importância no Estado, fomentando a oferta de qualificação e aumentando a demanda por pessoas especializadas. No entanto, o segmento enfrenta um impasse: com margem de lucro apertada, resiste em oferecer salários menores, enquanto concorrentes de outros Estados e países, especialmente de grande porte, atraem os melhores profissionais com remunerações mais interessantes.

“Praticamente todas as empresas têm ou precisam de alguma atividade logística. Diria que onde houver movimentação e armazenagem de bens e informações as atividades logísticas estarão presentes”, explica o presidente da Associação Nordestina de Logística (Anelog), Fernando Trigueiro. O varejo e a indústria são setores que precisam de empresas da área logística com intensidade, seja para entregar a mercadoria de um fornecedor para o cliente final ou de uma fábrica para atacadistas; ou ainda para a chegada e gestão de matérias-primas para a transformação industrial. Embora seja ligada à administração de empresas, a logística envolve diversos conhecimentos aplicados nesse processo, como planejamento, estatística, engenharia e economia.

O que faz um profissional de logística?

Presidente da Dasein, empresa mineira especializada em recrutamento de altos executivos que atua em Pernambuco, Adriana Prates lembra que a logística é uma atividade antiga, mas o atual contexto econômico, especialmente no Nordeste, mudou as necessidades do segmento e faz com que as empresas busquem profissionais com “habilidades diferentes das do passado”. “Essa área deixou de estar no segundo plano para ser prioridade e hoje envolve muitas outras áreas e habilidades”, explica Adriana. Ela estima que, em 2014, o segmento terá um incremento entre 50% e 70% da necessidade de executivos especialistas.

Não há números disponíveis sobre os profissionais no ramo atualmente. No entanto, dados do Senai Pernambuco indicam que a procura pelo curso técnico de logística cresceu 218% em três anos, saindo de 115 matrículas em 2011 para 366 no ano passado. Além do Senai, instituições como Senac, Faculdade Joaquim Nabuco, Grau Técnico, Politec, Universidade de Pernambuco (UPE) e UFPE oferecem treinamentos na área, de cursos técnicos e de aperfeiçoamento a tecnólogos (nível superior) e MBAs.

“É difícil dizer como escolher um bom curso, mas posso afirmar que todos dependem da dedicação do aluno em procurar aprender e ser cada vez melhor”, ensina Rodrigo Parente Costa, 35 anos. Graduado em administração, ele está fazendo carreira em logística. Há dez anos trabalha em uma das empresas pernambucanas que são referência no segmento, a Norlog. Começou como estagiário e hoje é gerente. O trabalho requereu mais conhecimento e ele optou por um MBA, além de outros cursos específicos e participação em palestras e eventos. Um dos colegas de trabalho dele, Evandro Barbosa, 32 anos, que ocupa a função de auxiliar, optou primeiro pelo curso de tecnólogo e logística e hoje está fazendo faculdade de administração: “O tecnólogo oferece uma inserção mais rápida no mercado e agora estou complementando minha formação”.

O coordenador do curso de logística do Senai do Cabo de Santo Agostinho, Marcos André Lima, lembra que há menos de cinco anos não havia capacitações disponíveis em nível técnico na área: “Estamos tendo um incremento forte na área, principalmente devido às transportadoras, o que gera oportunidade para vários níveis, de operador a gestor”.

Boa remuneração é o maior desafio*

As remunerações encontradas hoje em Pernambuco no setor logístico são as mais diversas. Vão do salário mínimo (R$ 724) a R$ 30 mil mensais. As variváveis que determinam o valor do profissional são basicamente sua formação, experiência e a empresa para a qual vai trabalhar. 

Os salários mais baixos geralmente são oferecidos por empresas locais a pessoas inexperientes recém-saídas do curso técnico – formação que pode custar até R$ 300 por mês – e dos tecnólogos. Na outra ponta, estão multinacionais com executivos de supply chain (nome internacional do segmento), que têm pelo menos cinco anos de experiência, falam inglês fluentemente e geralmente também falam espanhol, têm alto nível de produtividade e resultados. Entre eles, estão gerentes que podem ganhar até R$ 6 mil.

Muitas vezes, o salário é uma barreira para encontrar bons candidatos. “As empresas daqui estão pagando R$ 1,2 mil a um analista, quando o valor de mercado é R$ 3,5 mil”, revela o presidente da Anelog, Fernando Trigueiro. No topo da pirâmide da gestão, a dificuldade é a mesma. Na Dasein, enquanto companhias do Sudeste e de outros países pagam entre R$ 18 mil e 30 mil a um alto executivo, as empresas locais ofertam entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. “São profissionais completos que impactam diretamente na redução de custo e aumento da margem de lucro. Acredito que as empresas só passarão a reconhecer melhor esse executivo quando notarem o espaço que estão perdendo para a concorrência”, analisa Adriana.

Por outro lado, a capacitação é outra barreira. “Nossos maiores desafios hoje são equilibrar esses salários e encontrar mão de obra especializada. Agora mesmo estamos acompanhando uma seleção de uma grande empresa que precisa de 16 pessoas com experiência e não estamos encontrando”, diz o presidente da associação. Gerente de Logísica da Norlog, Rodrigo Parente pondera que a formação em cursos especializados e também a básica – saber escrever e ler bem e fazer cálculos simples – deixam a desejar. “Já lidamos com pessoas que, mesmo com treinamentos em logística, não sabiam de termos da área e outras que mal sabiam descrever as avarias de um carregamento”, conta o gerente. 

Para Trigueiro, a dificuldade na formação básica é um entrave sério, mas, nos demais gargalos, tudo está interligado: os melhores profissionais são atraídos por salários mais altos em multinacionais ou empresas de outros Estados, tanto para atuação em Pernambuco quanto em outros pontos do País. Quando questionado sobre como o segmento vai contornar essa situação, ele diz que a Anelog tem tentado conscientizar as empresas sobre como a valorização dos profissionais é um item de competitividade. 

“Uma das ações que vamos fazer nesse sentido é o Seminário Nordestino de Logística, que abordará o tema”, diz Trigueiro, referindo-se ao evento que a associação promoverá entre os dias 25 e 27 de março. 

Fonte: Jornal do Commercio (PE)/Emídia Felipe

Terminal de contêineres da Libra bate recorde.

SÃO PAULO - O terminal de contêineres da Libra no Porto de Santos bateu recorde sul-americano ao movimentar 156,7 unidades por hora, informou a companhia por meio de comunicado à imprensa. A marca foi registrada nesta segunda-feira, 20, durante operação do navio Maersk Leticia. O recorde anterior, de 155,5 movimentos por hora, de acordo com a Libra, havia sido obtido também no Porto de Santos, em janeiro de 2012.

Para chegar aos 156,7 contêineres movimentados por hora a operação utilizou de quatro a seis equipes de pessoas. Foram 1.169 contêineres movimentados no navio.

O diretor geral da Libra, Roberto Teller, disse que o terminal em Santos opera com média de 67 movimentos por hora neste mês, enquanto a meta era chegar aos 65.

Fonte: WLADIMIR D'ANDRADE - Agencia Estado

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Cronograma de rodovias está sob risco.

A demora na contratação de parte dos estudos de impacto ambiental já ameaça o cronograma de duplicação de algumas das rodovias concedidas à iniciativa privada no fim do ano passado. Todos os trechos devem estar inteiramente duplicados em até cinco anos. O governo, por meio da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), ficou responsável pela elaboração do EIA-Rima em cada uma das estradas e pela obtenção das licenças ambientais.

Dos cinco anos iniciais de concessão, o primeiro é dedicado aos trâmites do licenciamento, abrindo caminho para a realização das obras mais complexas nos quatro anos seguintes. Em parte das rodovias que estão sendo transferidas ao setor privado, no entanto, o cumprimento efetivo do cronograma já começa a ficar sob risco.

A situação mais preocupante é a da BR-163, no Mato Grosso, cujo leilão foi vencido pela Odebrecht em dezembro. O estudo que dá partida ao processo de licenciamento, conhecido como EIA-Rima, sequer foi contratado pelo governo até agora. Uma licitação deve ser lançada em fevereiro e a estimativa oficial é que a empresa contratada para elaborá-lo inicie seus trabalhos em maio.

Em outro trecho da BR-163, no Mato Grosso do Sul, o calendário também ficou apertado. A CCR, empresa controlada pela Andrade Gutierrez e pela Camargo Corrêa, arrematou a concessão da rodovia em dezembro e deverá assumir sua gestão até março.

A confecção do estudo para essa rodovia, porém, ainda nem começou. No dia 8 de janeiro, a EPL inabilitou a consultoria que havia oferecido o melhor preço para fazê-lo, devido à falta de documentos que comprovassem atendimento a todas as exigências do edital. Só na quinta-feira passada foi habilitada outra empresa, que terá 210 dias (sete meses) para entregar o EIA-Rima concluído. Todas as licitações estão sendo feitas pelo regime diferenciado de contratações públicas (RDC).

Depois da entrega, é preciso realizar audiências públicas e obter duas licenças diferentes: a prévia (que atesta a viabilidade ambiental do empreendimento) e a de instalação (que autoriza o início das obras). O Ibama fez um compromisso informal de soltar as duas licenças em um prazo total de oito meses depois de ter recebido o EIA-Rima. Somado ao tempo de elaboração dos estudos, as concessionárias podem levar quase dois anos para receber aval dos órgãos ambientais.

Na BR-050 (GO/MG) e na BR-040 (Brasília-Juiz de Fora), os estudos já foram contratados e devem ser concluídos até meados de 2014, deixando o cronograma bem mais folgado. O lote arrematado pela Triunfo, que inclui trechos de três estradas, está no fio da navalha. Não se pode dizer, entretanto, que já existe atraso.

O presidente da EPL, Paulo Passos, minimiza os riscos de atraso na duplicação das rodovias recém-privatizadas. Conforme ele lembra, enquanto as licenças não são obtidas, as novas concessionárias poderão adiantar seus trabalhos em trechos de até 25 quilômetros que se enquadram em uma portaria interministerial publicada em meados de 2013.

Pela portaria, as novas concessionárias ficam autorizadas a começar obras de duplicação com base apenas em um termo de compromisso a ser assinado com o Ibama, em um ou mais trechos de até 25 km. Isso cria uma "via rápida" que dribla o licenciamento.

Para isso, é necessário que esses trechos cumpram uma série de requisitos: eles devem estar fora da Amazônia Legal e não implicar retirada de vegetação nativa, realocação de população ou impacto em terras indígenas e quilombolas. Para topar essa flexibilização, o Ibama já deixou claro, nos bastidores, que não pretende liberar muito mais do que 10% de toda a duplicação das rodovias.

Com essas obras, as empresas vencedoras dos leilões já poderão iniciar a cobrança de pedágio, de forma a não ter um desfalque importante na geração de caixa. Uma das concessionárias, no entanto, não pode se beneficiar disso. A Odebrecht, por assumir uma rodovia situada dentro dos limites estabelecidos pela Amazônia Legal, só pode duplicar trechos depois das licenças.

Nos outros casos, a questão não é se as novas concessionárias vão conseguir cobrar pedágio, já que elas aparentemente não terão dificuldades em fazer os 10% de duplicação iniciais - mas quando poderão continuar com os trabalhos dos 90% restantes.

"Estamos trabalhando com bastante aperto", reconhece Paulo Passos, ponderando em seguida: "Tecnicamente, é possível cumprir [com a previsão de duplicação em cinco anos]. Significa uma grande mobilização e um bom planejamento para a execução de tudo, mas é possível."

Se houver atrasos por causa do licenciamento, a concessionária ganha um prazo adicional e não é prejudicada com multas. Fica obrigada, porém, a dar um desconto proporcional nas tarifas de pedágio. O mecanismo visa compensar os usuários da rodovia.

Até os últimos leilões, eram as próprias concessionárias que se responsabilizavam pelos estudos ambientais e pela obtenção das licenças. Esse processo mudou devido à "síndrome OHL ". A empresa espanhola arrematou cinco das sete rodovias concedidas, no governo Lula, incluindo a Régis Bittencourt e a Fernão Dias.

A OHL, que acabou vendendo seus ativos para a Arteris, ficou sem executar compromissos contratuais. Dizia ter enfrentado excesso de burocracia no licenciamento ambiental. Para o governo, os estudos estavam mal feitos. Diante do impasse, que atrasou as obras, o Palácio do Planalto decidiu assumir a responsabilidade pelo EIA-Rima de cada rodovia nas novas concessões.

Passos avalia que foi uma decisão correta. "Os estudos demoravam, eram feitos sem a qualidade necessária e colaboravam para o nível de inexecuções contratuais. Esse novo compartilhamento de obrigações nos dá boas razões para acreditar no cumprimento dos cronogramas", diz o ex-ministro.

Fonte: Valor Econômico/Daniel Rittner | De Brasília

Novo salário de práticos em portos pode parar na Justiça.

A regulamentação dos serviços de praticagem no Brasil tem provocado uma briga nos bastidores, envolvendo os representantes do setor e a Comissão Nacional para Assuntos de Praticagem (Cnap). Conhecidos pelos altos salários, os práticos - profissionais que manobram os navios desde a entrada no canal do porto até o cais - reclamam da falta de clareza da metodologia que define um preço-teto para a prestação de serviço.

A fórmula reduz em até 80% o valor cobrado pela praticagem e torna a atividade inviável, afirma o presidente do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), Ricardo Falcão. Ele conta que, em novembro do ano passado, a Conapra conseguiu na Justiça uma liminar obrigando a Secretaria de Portos (SEP, integrante da Cnap) a mostrar toda documentação envolvida na criação da metodologia de cálculo dos serviços. "Mas a decisão não foi cumprida e o Conselho teve de protocolar novo pedido na Justiça para entender os cálculos."

O diretor da SEP , Luis Claudio Montenegro, afirma que a informação não procede. "Montamos um processo de trabalho e fizemos mais de 40 reuniões em quase um ano. Publicamos a metodologia para cálculo da tarifa e recebemos 99 contribuições do setor. O documento foi colocado em consulta pública e explica com detalhes tudo que fizemos." A segunda etapa, diz ele, foi aplicar a metodologia em três zonas de praticagem (Salvador, Espírito Santo e Santos e São Sebastião). "Colocamos toda memória de cálculo em consulta pública."

O processo deveria ter sido encerrado nesta quarta-feira, 15, mas o governo decidiu prorrogar por mais 15 dias o prazo para recebimento de contribuições. "A consulta foi iniciada no período das festas de fim de ano. Estamos compensando esses dias", explica Montenegro. Na avaliação dele, se alguém tem dúvidas sobre o processo, tem de aproveitar agora para questionar e sugerir mudanças.

Ricardo Falcão, no entanto, reclama que a maioria das propostas dadas na primeira etapa foi descartada pela Cnap. "O que precisamos é parar essa consulta pública e voltar a discutir a primeira." Ele explica que o Conapra contratou um economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um econometrista para aplicar a metodologia criada. "Não conseguimos chegar aos valores definidos por eles. Também usamos dados de portos americanos (a metodologia brasileira foi baseada na praticagem dos Estados Unidos) e cerca de 15% dos serviços ficam com resultado negativo com a fórmula."

Na avaliação dele, num País com as dimensões do Brasil, não se pode criar uma regra única para todos os portos. A situação de um terminal na Bacia Amazônica é completamente diferente de Cabedelo, na Paraíba, afirma ele.

Do outro lado, Montenegro afirma que a metodologia considera todos os custos dos práticos e impostos. "O preço tem de remunerar bem o serviço. E vai remunerar, pois pegamos o benchmark dos práticos americanos. Ou seja, a remuneração dos brasileiros vai ser equivalente à americana." A expectativa é que, em dois meses, a Comissão consiga entregar o relatório com todas as mudanças à Marinha.

Há hoje no Brasil 411 práticos - alguns com salário que pode chegar a R$ 100 mil, segundo fontes do setor. A atividade sempre foi alvo de críticas por ser considerada um monopólio. Cada porto é servido por uma zona de praticagem. Em Santos, por exemplo, apenas uma empresa atende o tráfego de navios.

A cobrança pelo serviço é negociada entre a empresa de praticagem e os grupos armadores - os principais interessados na nova regulamentação. Para Falcão, o setor espera um novo diálogo por parte do governo nos próximos 15 dias. Se continuar como está, novos questionamentos devem ser feitos na Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Paraná Online

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Liminar evita redução de preço do serviço de praticagem

A Justiça concedeu nesta quinta-feira, 16, decisão liminar favorável ao Conselho Nacional de Praticagem (Conapra) que proíbe o tabelamento generalizado de preços para o setor, informou a entidade. Segundo a nota do Conapra, esta hipótese vinha sendo estudada pelo governo, que colocou em consulta pública parâmetros que determinariam os preços para a atividade nas Zonas de Praticagem de Salvador, do Espírito Santo e de São Paulo. A praticagem é uma atividade que garante a condução segura de navios aos portos marítimos e a estuários de rios brasileiros.

Conforme o comunicado do Conapra, a decisão da Juíza Mariza Pimenta Bueno, da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determina que os preços do setor somente podem ser fixados em casos excepcionais de interrupção de prestação de serviço. "Ela lembra que a praticagem, apesar de atividade essencial, é um serviço privado e portanto 'não podendo este ser objeto de cerceamento, a não ser em casos extremos, sob pena de violação do princípio da livre iniciativa'". Na decisão liminar, segundo o conselho, a juíza diz ainda que prevalece a negociação entre as partes.

"A negociação de preços entre usuários e prestadores de serviço funciona bem há mais de 50 anos no Brasil, regulada pela Autoridade Marítima", diz, na nota, o presidente do Conapra, Ricardo Falcão.

"Há um ano o governo criou a Comissão Nacional para Assuntos de Praticagem (CNAP) que tinha como missão estudar e propor medidas para o aperfeiçoamento da atividade. Neste período as sugestões e tentativas de diálogo dos práticos não foram levadas em conta", diz o Conapra. A entidade destaca que, em meados de dezembro, para sua surpresa, a Comissão divulgou por meio de uma consulta pública preços máximos para o serviço. O prazo desta consulta terminaria na última quarta-feira, 15, mas foi prorrogado por 15 dias.

Ainda de acordo com a decisão judicial, diz o Conapra, a CNAP, embora possa propor preços máximos, exclusivamente a Autoridade Marítima (Marinha do Brasil) poderá implementá-los "quando comprovadamente houver uma situação de risco à permanente disponibilidade do referido serviço em uma determinada zona de praticagem, em decorrência do desequilíbrio das forças de mercado reguladoras, entre os prestadores (os práticos) e os tomadores do serviço de praticagem, naquela atuantes, com potencial risco à ordem pública".

"Com a decisão da Justiça, a expectativa do Conapra é de que o governo acate a lei 9.537/1997 que regulamenta a praticagem do Brasil e que estabeleça o diálogo com o setor para que sejam resolvidas as questões relativas ao serviço de praticagem e problemas mais sérios como é o caso da judicialização decorrente da falta de regulação do Transporte Marítimo", afirma a entidade.

Fonte: Paraná Online

Amarração de cargas pode ganhar normas.

Cargas transportadas corretamente diminuem as chances da ocorrência de acidentes nas estradas. Nesse contexto, uma medida que pode ajudar é o estabelecimento de normas para a amarração dessas mercadorias. A meta é defendida pela recém-criada Associação Brasileira de Engenharia de Movimentação e Amarração de Cargas (Abemac).

O presidente da instituição, Gustavo Cassiolato, detalha que a Abemac iniciou suas atividades em novembro do ano passado e sua origem é decorrência da necessidade das empresas que fabricam dispositivos como cintas de poliéster, cabos e correntes de aço enfrentarem barreiras técnicas e comerciais. Cassiolato afirma que o Brasil carece de uma regulamentação quanto à amarração de cargas transportadas por caminhões. Segundo o dirigente, atualmente, o País verifica poucas normas nesse sentido, se comparado às nações europeias. O presidente da Abemac diz que há algumas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e normas técnicas, mas poucas em relação às demandas do segmento.

A Abemac está elaborando um estatuto sobre a questão, que deverá ficar pronto neste ou no próximo mês. O documento será uma espécie de cartilha técnica para orientação dos profissionais da área. E, posteriormente, a ideia é discutir o assunto com o Congresso nacional, para tentar criar uma regulamentação brasileira para o setor. Além da capacitação de motoristas, serão abrangidos os fiscais, como os integrantes da Polícia Rodoviária Federal.

Cassiolato comenta que as grandes companhias preocupam-se com a realização de uma amarração adequada. Algumas dessas empresas contratam consultores que traçam um planejamento quanto a isso ou possuem um engenheiro em seu quadro funcional que faz os cálculos. Entretanto, em várias ocasiões, a carga fica à mercê do próprio motorista. “Então, muitas vezes, o caminhão não está preparado para receber a mercadoria, sem os pontos de engates adequados, e o motorista não tem a técnica necessária para fazer a amarração”, adverte o presidente da Abemac. Cassiolato acrescenta que é possível perceber nas rodovias veículos fazendo o transporte de cargas com cordas que têm baixa resistência, podendo gerar acidentes.

O dirigente lembra que na Europa, por exemplo, os motoristas precisam conferir, a cada 100 quilômetros, as condições da carga. E, se o transporte não estiver sendo feito da maneira indicada, o profissional fica sujeito à multa elevada. No Brasil, de acordo com Cassiolato, atualmente existem apenas algumas resoluções envolvendo a movimentação de produtos siderúrgicos, mármores e toras de madeiras, porém para outras cargas em geral, não há definições.

Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Jefferson Klein

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Antaq realiza audiência presencial sobre norma de serviço portuário.

A Antaq realizou, hoje, terça-feira (14), audiência presencial. A reunião faz parte do processo de audiência pública que pretende obter subsídios e informações adicionais para o aprimoramento do ato normativo aprovado pela Resolução nº 3.201-ANTAQ. A resolução objetiva aprovar norma que dispõe sobre a gestão portuária e a prestação de serviço portuário adequado e estabelece infrações administrativas.

A audiência presencial acontecerá a partir das 15h e terminará quando ocorrer a manifestação do último credenciado, sendo 16h o seu horário limite. A reunião acontecerá no seguinte endereço: ed. ANTAQ, térreo, SEPN - Setor de Edifícios Públicos Norte, qd. 514, conj. E, Asa Norte - Brasília-DF, CEP: 70760-545.

A ANTAQ informa que as contribuições poderão ser dirigidas à ANTAQ até às 17h do dia 21/01/2014, pelo seguinte meio: formulário eletrônico - disponível no site www.antaq.gov.br - audiência pública.

A minuta do ato normativo, objeto desta audiência, está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.antaq.gov.br.

Fonte: Antaq

Docas e política.

Ao apagar das luzes de 2013, a Secretaria Especial de Portos (SEP) publicou aviso de que pretende contratar empresa de consultoria para modernização das empresas federais de São Paulo (Codesp), Rio (CDRJ) e do Pará (CDP). Nada mais necessário. Raramente as docas estiveram fora da politização. Em geral, são nomeados presidentes e diretores sem conhecimento técnico e ainda com dívidas ante os políticos que os nomearam.

Para piorar, quando Collor de Mello acabou com a holding Portobrás, em 1990, eliminou a empresa e transferiu os problemas e as dívidas para companhias docas. O pessoal da Portobras ganhou na justiça não só reintegração ao Ministério dos Transportes como recebimento de salários atrasados, com correção monetária. Foi um desastre, que ainda onerou as companhias docas.

A SEP, por sua vez, também é política. Foi criada por Lula para dar lugar ao PSB e, por acaso, seu primeiro titular, Pedro Brito, procurou reduzir a influência política. Já o segundo ministro foi Leônidas Christino, que, embora engenheiro, era prefeito de Sobral (CE) e ganhou o cargo por força política e não técnica. O atual, Antonio Henrique Silveira, era desconhecido no meio portuário e foi indicado pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Agustin, um dos homens fortes do PT na área econômica.

Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta