O Quantum of the Seas, nova mega embarcação da Royal Caribbean International que será inaugurada em novembro deste ano, já deixou o estaleiro Meyer Werft, em Papenburg, na Alemanha, para a Holanda, onde receberá os últimos retoques. Mas esse processo é bem diferente do que ocorre em outros estaleiros, devido a sua localização. Em funcionamento desde 1795, o Meyer Werft fica a 32 quilômetros do mar mais próximo, o Mar do Norte, e os navios construídos neste local precisam ser levados através do Rio Ems.
Com o Quantum of the Seas essa operação já curiosa e delicada foi ainda mais impressionante, já que ele foi o maior navio já construído no estaleiro. Levar um gigante de mais de 167 mil toneladas e 347,78 metros de comprimento através das águas de um rio não é simples e envolveu um grande processo e planejamento para dar certo. Confira como esse trabalho é realizado.
- O transporte do Quantum of the Seas entre o estaleiro Meyer Werft e o Mar do Norte através dos 32 quilômetros pelo rio Ems levou 10 horas, o mesmo necessário para voar de Nova York, nos Estados Unidos, a Atenas, na Grécia.
- O tempo de transporte de um navio pelo Rio Ems varia com base em uma série de condições climáticas e naturais específicas. O momento exato da travessia precisa ser muito bem calculado.
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- O Quantum of the Seas foi o maior navio a deixar o estaleiro alemão e viajar pelo Rio Ems. Com 167 mil toneladas e 347,78 metros de comprimento, o navio ficou a apenas alguns centímetros das margens do rio em vários trechos.
- O navio teve que passar por pontes de automóveis e trens. Quatro pontes precisaram ser abertas ou removidas para a passagem. A energia elétrica de três locais ao longo do percurso precisou ser desligada.
- O navio precisou ser manobrado de ré pelo rio para aumentar o controle. Isso também serviu para proteger o sistema de propulsão da embarcação. Foram usados três sistemas de GPS e quatro pilotos para assegurar uma passagem segura.
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- Para ter uma operação bem-sucedida é necessário contar também com algumas condições naturais. A velocidade do vento não pode ultrapassar 20 nós (37 km/h) e a lua precisa estar nas fases nova ou cheia.
- Os diques precisaram ser fechados para garantir a profundidade necessária para o casco de um navio tão grande.
- Dois rebocadores com 9 mil cavalos de força foram necessários para guiarem o navio. O transatlântico se movimentou a aproximadamente 2 a 3 nós pelo rio, a mesma velocidade de caminhada de uma pessoa de 40 anos.
- Milhares de pessoas observaram na beira do rio, muito de perto, o transporte do navio entre o estaleiro de Meyer Werft e o Mar do Norte.
Fonte:G1
Das três commodities básicas para a alimentação humana e animal, o milho é a que desceu ao degrau mais profundo. No mês passado, seus papéis recuaram 6,23% em relação a agosto, registraram retrações de 20,43% na comparação com a média de dezembro e de 25,83% sobre setembro de 2013 e bateram no menor patamar desde setembro de 2009.
No mercado de soja, a baixa de 8,3% em setembro na comparação com agosto derrubou a média mensal da segunda posição em Chicago a um nível que não se via desde junho de 2010, com quedas de 25,82% e de 27,42% em relação a dezembro e a setembro do ano passado, respectivamente.
Nos dois casos, o debacle tem provocado grande preocupação entre produtores brasileiros. O Brasil é o maior país exportador de soja do planeta e ganhou espaço nos embarques globais de milho nos últimos anos. A soja lidera os embarques do agronegócio brasileiro e é um dos principais produtos da pauta nacional em geral.
Como já informou o Valor, em virtude desse tombo das cotações as exportações de soja em grão e seus principais derivados (farelo e óleo) deverão cair cerca de US$ 6 bilhões em 2015, para US$ 23,7 bilhões, conforme a Abiove, associação que reúne indústrias de óleos vegetais instaladas no país.
Ainda que a alta do dólar em relação a outras moedas compense parte do golpe, sojicultores de diversas regiões do Brasil repetem que terão margens negativas neste ciclo 2014/15, cujo plantio teve início em meados de setembro. Assim, para a balança comercial, para economias regionais e para o Produto Interno Bruto (PIB) como um todo, os reflexos tendem a ser negativos.
Em contrapartida, para a atividade de processamento em si e especialmente para frigoríficos de aves e suínos (que têm encontrado demandas aquecidas e bons preços nos mercados interno e externo), o movimento colabora para ampliar as margens. Para os índices inflacionários em geral, também é sinal de refresco.
Alento também para a inflação e para indústrias de massas, pães e bolos - ainda que problema para os produtores brasileiros, que estão colhendo a maior safra da história -, a queda do trigo (9,03% sobre agosto, para a menor média desde junho de 2010) não prejudica a balança comercial, ao contrário. Mesmo com produção recorde, o país é grande importador.
As oscilações das cotações do algodão têm reagido a fundamentos semelhantes aos dos grãos. E como a oferta mundial está igualmente mais confortável, o valor médio dos futuros de segunda posição de entrega negociados na bolsa de Nova York permaneceu em setembro, após leve queda de 0,75% sobre agosto, em seu piso desde setembro de 2009.
A mesma valorização do dólar que maximizou a baixa dos preços dos grãos, mas que serve de alento aos exportadores, influenciou a baixa das demais "soft commodities" de destaque negociadas em Nova York no mês de setembro.
A maior foi a do açúcar. Ainda que projeções indiquem que haverá déficit do produto na atual safra internacional (2014/15), a aceleração da moagem de cana no Brasil, por conta do clima seco na região Centro-Sul, também ajudou a manter o mercado pressionado.
Em setembro, o valor médio dos contratos de segunda posição de entrega da commodity, o menor desde janeiro deste ano, foi 6,62% menor que a de agosto. Na comparação com setembro de 2013, a retração chega a 6,1%
A média do cacau também recuou sobre o mês anterior (1,69%), mesmo com as incertezas do lado da oferta provocadas pela disseminação do vírus ebola na África, nas vizinhanças de importantes países produtores como Costa do Marfim e Gana. Apesar disso, na comparação com setembro do ano passado a valorização ainda foi de 22,17%.
No caso do café, os problemas provocados pela seca no Centro-Sul brasileiro também não foram suficientes para evitar uma baixa de 0,92% na cotação média de seus contratos de segunda posição em relação ao mês anterior. Mas a valorização sobre a média mensal de um ano atrás ainda atinge 61,02%, a maior na comparação entre os produtos que fazem parte deste levantamento.
Os preços do suco de laranja, finalmente, continuaram variando conforme o "combate" entre uma oferta mais restrita de laranja na Flórida e em São Paulo e a fraqueza do consumo da bebida no grande varejo americano. O início da temporada de furacões nos EUA chegou a dar suporte aos preços, mas, sem causar danos, abriu espaço para uma pequena baixa de 0,73% em setembro na comparação com agosto. Sobre setembro de 2013, ainda há valorização de 10,39%.
Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pressinott, Fernando Lopes e Camila Souza Ramos | De São Paulo