terça-feira, 14 de julho de 2015

PAÍS DEVE SE REPOSICIONAR NO COMÉRCIO EXTERIOR

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, disse no último domingo que o Plano de Exportações não se trata apenas oferecer de financiamento, seguro e garantia de forma a estimular as exportações brasileiras, mas que um ponto muito importante é de um "reposicionamento do Brasil em relação ao comércio exterior". A declaração foi feita em coletiva de imprensa que precedeu à abertura do 26º Congresso Brasileiro do Aço, realizado em São Paulo.

"O entendimento é de que o Brasil precisa se integrar de maneira mais efetiva aos fluxos de comércio, principalmente em regiões de maior dinamismo. Nesse sentido, o foco da política comercial brasileira voltou agora para mercados importantes como, por exemplo, o americano", afirmou.

O ministro citou, por exemplo, a assinatura de um entendimento feito nos Estados Unidos, que, segundo ele, irá remover barreiras não tarifárias ao acesso de produtos brasileiros. "Lembrando que muitos cobram acordo de livre comércio, mas nem sempre os acordos são tarifários, as tarifas para os Estados Unidos já são muito baixas", destacou.

Segundo Monteiro, essas barreiras nos EUA normalmente tratam de "normas técnicas". "Trabalhamos pela harmonização de convergências, com isso setores da indústria sentirão os efeitos já no curto prazo", disse.

Monteiro citou que setores como o cerâmico, de máquinas e equipamentos, têxtil, de refrigeração, de materiais elétricos, por exemplo, sentirão resultados em breve. O ministro disse que o foco, assim, é com mercados estratégicos. "Estamos focados em uma agenda pragmática", disse.

O ministro destacou ainda que a desvalorização do real frente ao dólar abriu espaço para as exportações brasileiras. "Nós já estamos detectando, firmemente, não apenas no resultado da balança comercial, mas nós estamos medindo isso pela forma que a exportação voltou ao planejamento das empresas. Toda a empresa hoje voltou a colocar a exportação no seu radar."

As preocupações com a situação da China e da Grécia fizeram com que a moeda norte-americana chegasse a ser cotada a R$ 3,234 na quarta-feira passada, a maior cotação desde 27 de março (R$ 3,241).

Para o ministro, o novo patamar do câmbio brasileiro tende a ser benéfico para a indústria nacional. "O Brasil conviveu, e nesse contexto a indústria pagou um preço caro, com um longo período de apreciação da nossa moeda. E felizmente agora, ao que parece, agora nós teremos uma taxa de câmbio mais amigável ao setor exportador", enfatizou.

O novo cenário vai permitir, disse, não só um aumento das vendas para o exterior, mas a melhora da competitividade dos produtos nacionais também no mercado interno. "Significa que isso oferece para a própria indústria algum espaço no mercado doméstico que vinha sendo ocupado pelo produto importado. Isso é muito importante, sobretudo, nesse momento de contração do mercado doméstico", acrescentou.

Em relação às exportações, o titular do Mdic afirmou que o governo está trabalhando para reposicionar o País, aproximando o Brasil de mercados fortes. "O Brasil tem que se integrar de maneira mais efetiva aos fluxos de comércio em regiões que têm maior dinamismo. E nesse sentido, o foco da política comercial brasileira se voltou para alguns mercados importantes, como o americano", ressaltou.

Monteiro afirmou que, neste momento, não há nenhum pacote a ser anunciado, mas que há canais que podem estimular a atividade industrial brasileira. O ministro disse ainda que o Brasil pode fazer uma inserção muito maior no comércio internacional. "Temos agora uma oportunidade com a desvalorização do câmbio que nos oferece uma perspectiva de um prazo mais curto e que, portanto, devemos aproveitar esse canal."

Sobre o ajuste fiscal, o titular do MDIC disse que, mais importante do que o "cumprimento numérico" da meta é provar que o Brasil está no caminho de um regime fiscal mais equilibrado. "Mais relevante é mostrar essa inflexão, mostrando que nos próximos anos, a partir de 2016, o Brasil irá gerar superávit necessário de forma que a relação dívida/PIB não se derreta", afirmou.

"O Brasil precisa reequilibrar sua economia. A dimensão fiscal é central nesse processo. Em relação ao ajuste, o governo trouxe várias iniciativas, um plano realista no sentido de poder fazer a inflexão na trajetória das contas públicas", destacou.

Monteiro disse que é evidente que para o êxito do programa anunciado é necessário que as mesmas transitem pelo Congresso. "Algumas não terão o alcance previsto inicialmente, mas na essência grande parte foi aprovada. No Congresso, ainda temos a desoneração da folha. Temos também a variável do desempenho da arrecadação", disse.

Fonte: Jornal do Commercio (POA)

TECON VILA DO CONDE TEM NOVO RECORDE DE PRODUTIVIDADE.

O terminal de contêineres da Santos Brasil em Vila do Conde (PA) quebrou mais um recorde. Em junho, atingiu média mensal de 21,12 movimentos por hora (MPH) com volume de cerca de 3.800 contêineres movimentados, o maior indicador já alcançado pela operação, localizada no município de Barcarena.
 
Além desse índice de produtividade, a movimentação do navio MSC Jemima, finalizada na última quinta-feira (2), alcançou a marca de 24,04 MPH com mais de 1.000 movimentos. Trata-se do segundo maior volume operado pelo terminal em um único navio.
 
De acordo com o gerente da Santos Brasil em Vila do Conde, Ricardo Medina, os bons índices são resultado de um trabalho que preza pela agilidade, precisão e segurança. Por isso, o Tecon paraense foi recentemente recomendado à recertificação pela norma ISO 9001:2008, que avalia o Sistema de Gestão de Qualidade das operações. O terminal possui a certificação desde 2009.
 
Sobre a Santos Brasil
 
A Santos Brasil é prestadora de serviços portuários e logísticos completos, do Porto à Porta. Referência na operação de contêineres no Brasil, a empresa foi criada há 17 anos para operar o Tecon Santos (SP), maior terminal da América do Sul, e já investiu R$ 3 bilhões, calculados a valor presente, em aquisições, expansões, novos equipamentos, tecnologia e recursos humanos. Antecipando-se ao crescimento do fluxo de comércio internacional, a Santos Brasil colaborou significativamente para aumentar a capacidade logística portuária do País.
 
A produtividade do Tecon Santos é a mais alta do Brasil: média mensal superior a 100 MPH (movimentos por hora). Em abril de 2015, a companhia superou o recorde de produtividade mensal no Porto de Santos, com média de 110,65 MPH. Também em abril, o Tecon Santos bat eu a marca de 225,25 MPH na operação de um único navio.
 
Além do Tecon Santos, a companhia opera mais dois terminais de contêineres - Vila do Conde (PA) e Imbituba (SC) - e um terminal de veículos (TEV) no Porto de Santos. Conta também com uma operadora logística e de cargas gerais, a Santos Brasil Logística, que atua de forma integrada aos terminais viabilizando o atendimento ao cliente em todas as etapas da cadeia logística do porto até o transporte e distribuição.

Fonte: Segs/Felipe Amorim

quinta-feira, 9 de julho de 2015

CABOTAGEM PODE TER NOVAS REGRAS PARA REDUZIR CUSTOS LOGÍSTICOS NO BRASIL.

Na sequência do anúncio da segunda etapa do programa de concessões em infraestrutura, o governo discute agora mudanças na navegação de cabotagem, também com o objetivo de reduzir custos logísticos no País. Trata-se do transporte de cargas por via marítima de porto a porto dentro do próprio País. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, trabalhou para que as medidas fossem anunciadas junto com o pacote, o que acabou não ocorrendo.

O tema, porém, não foi abandonado. Há, no momento, duas frentes de discussão dentro do governo para incentivar a cabotagem: uma no próprio Ministério da Agricultura, e outra na Secretaria de Portos (SEP), em conjunto com o Banco Mundial, coordenada também com os ministérios dos Transportes, Planejamento, Fazenda e Marinha. A tendência é que elas acabem convergindo, à medida em que as propostas amadurecerem.

O problema é que muitas das propostas têm impacto nas contas públicas, principalmente na forma de redução de impostos. E, num momento em que a área econômica discute o aprofundamento do ajuste fiscal, são poucas as chances de sucesso de propostas que vão na direção oposta. As discussões ainda não chegaram ao ponto de avaliar, com a área econômica, o que é ou não factível no curto prazo.

O trabalho da pasta que comanda os portos brasileiros, lista 31 barreiras que impedem o desenvolvimento da navegação de cabotagem no Brasil e propõe medidas em quatro “linhas estratégicas”. A de número 4, que lista incentivos ao uso desse tipo de transporte, propõe redução de 70% no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da contribuição patronal ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Sugere também que haja “condições fiscais vantajosas às empresas para a carga movimentada mediante serviços de cabotagem”.

No conjunto, o trabalho propõe também que seja facilitado o uso de recursos recolhidos por meio do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), um tributo federal. As empresas poderiam, por exemplo, utilizar os recursos para quitar dívidas com o INSS. No Ministério da Agricultura, a proposta que circula é eliminar a cobrança desse tributo sobre a cabotagem.

Há propostas também com impacto nos cofres estaduais. O grupo sugere a eliminação da cobrança do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível usado na cabotagem, igualando as condições dos transportadores locais às dos que levam a carga a outros países, na chamada navegação de longo curso.

Nem todas as mudanças criam custos aos cofres públicos. Na Agricultura e Portos, um dos entraves apontados é a burocracia. A fiscalização das cargas é idêntica, sejam nacionais ou importadas. Discute-se a adoção de regras mais simples para as cargas nacionais.

Fonte:A Tribuna On-line/Estadão Conteúdo