terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

OMC PROJETA QUE ACORDO REDUZA EM 13% O CUSTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS.

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, estima que exportadores e importadores brasileiros têm a ganhar pelo menos duas vezes com o Acordo de Facilitação de Comércio (AFC) que está na reta final de aprovação pelo Congresso Nacional. O AFC visa reduzir uma série de barreiras burocráticas e acelerar o fluxo de mercadorias nas alfândegas. A OMC estima que o AFC, ao superar regras obsoletas e padronizar, harmonizar e acelerar prodecimentos nas aduanas, pode gerar até US$ 1 trilhão ao ano a mais no comércio internacional, se totalmente implementado.
"O Brasil só tem a ganhar [com o AFC], porque o produto ficará mais competitivo e aumentará o número de empresas capazes de participar do comércio exterior'', disse ele ao Valor. No Brasil, o tempo médio de espera nos portos para embarque é de 13 dias. Estudo da OMC estima que esse prazo poderá ser reduzido para dois dias. O programa "janela única", do Brasil, é considerado um bom exemplo a ser implementado.
Exportadores e importadores brasileiros poderão reduzir em 13%, na média, os custos na fronteira, segundo o relatório da entidade global. Para se ter uma ideia, o valor das exportações brasileiras foi de US$ 191 bilhões em 2015. Tudo depende de como o AFC será realmente implementado.
Até agora, 79 países ratificaram o texto, faltando outros 39 (totalizando dois terços dos membros da OMC) para entrar em vigor globalmente. No caso do Brasil, o texto de ratificação foi aprovado na Câmara dos Deputados na semana passada, e será submetido agora ao Senado.
O AFC foi o primeiro acordo comercial aprovado em quase 20 anos na OMC, alcançado também graças à mediação de Azevêdo, concordam negociadores em Genebra. O diretor da OMC estima que, para o comércio internacional, o acordo equivale à passagem do acesso à Internet da linha fixa para o acesso sem fio de alta velocidade. Ele descarta críticas de que o AFC facilitaria sobretudo as importações, e estima que o Brasil ganhará de forma significativa.
Primeiro, a importação tambem demora muito hoje e ela é essencial para empresas se tornarem mais eficientes e aumentarem suas próprias exportações. "Se a importação demora e vem com custo alto, a exportação depois fica também mais cara e golpeia a competitividade", diz ele.
Segundo, as pequenas e médias empresas se beneficiarão muito porque o custo da burocracia hoje nas fronteiras chega a ser proibitivo. Com o AFC, elas podem mais facilmente exportar, por exemplo, na área de confecções.
Alem disso, o diretor da OMC destaca que, com a redução do custo da mercadoria, o brasileiro tambem conseguirá que seu produto seja mais atrativo no mercado de destino, no que ele chama um círculo vicioso nas transações.
O Brasil é responsável por um capítulo do AFC, sobre produtos perecíveis. A proposta foi feita ainda na época em que Azevêdo era o embaixador do Brasil na OMC. Como grande exportador agrícola e na expectativa de ser grande exportador de frutas, o país propôs dispositivos para a liberação acelerada para perecíveis não apodrecerem nos portos por causa de questões burocráticas. A proposta recebeu apoio imediato de outros paises para produtos completamente diferentes, como no caso da Noruega, grande exportador de pescado.
Agora o conceito de perecíveis evoluiu e inclui confecções, por exemplo. "Se o produto da moda demora, perde o contrato, que é cancelado", exemplifica Azevêdo. "Não adianta exportar o biquíni quando o verão já acabou".
Fonte: Valor Econômico\Assis Moreira | De Genebra

PARANÁ TRIPLICA RECEITA COM EXPORTAÇÃO DE CARNE BOVINA.

O fim do embargo do Irã à carne bovina do Estado, a abertura de novos mercados e o dólar favorável fizeram as exportações mais que triplicarem em janeiro. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), a receita somou US$ 7,97 milhões, mais que o triplo que os US$ 2,34 milhões registrados no mesmo mês do ano passado (ou 239% mais). Somente para o Irã foram embarcados US$ 1,7 milhão.
O Irã anunciou o fim da restrição à carne bovina do Paraná em agosto do ano passado. O embargo estava em vigor desde 2012, em virtude de um caso atípico da doença vaca louca no Estado. Com a liberação, o Irã retomou as importações e comprou US$ 13,85 milhões em carne bovina em 2015. O Irã já ocupa a terceira posição no ranking dos maiores compradores do Paraná. Em janeiro ficou atrás apenas do Chile e de Hong Kong.
Para o diretor presidente do Ipardes, Julio Suzuki Júnior, o bom desempenho de janeiro indica que 2016 será um ano positivo para as exportações do setor. “O dólar favorável impulsiona as exportações e segura a produção dos frigoríficos em um momento de retração do consumo no mercado interno. É um bom momento para buscar novos mercados e ampliar o painel de compradores da carne paranaense”, diz.
SANIDADE - No ano passado, além do Irã, os Estados Unidos e Arábia Saudita também anunciaram o fim do embargo à carne in natura brasileira, lembra o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Afonso Kroetz. “Isso atesta a sanidade da carne paranaense e abre espaço para crescimento. Quanto mais diversificado o portfólio de países de destino, melhor aproveitamento para a carne do boi paranaense. A Europa, por exemplo, prefere cortes mais nobres, os traseiros. Já o Oriente compra mais dianteiros. “Os iranianos compram animais com até 30 meses e os cortes têm que respeitar o Halal, que segue os preceitos da lei islâmica”, disse Kroetz.
Dos 14 principais merácados da carne bovina paranaense em janeiro, dez não haviam comprado nenhuma carne do Paraná no mesmo mês do no ano passado. Além do Irã, estão nesse grupo Chile, Antilhas Holandesas, Armênia, Omã, Catar, Angola, Maldivas, Arábia Saudita e Barein.
REVERSÃO - Com os resultados de janeiro, o Paraná inverteu a queda nas exportações de carne bovina registrada no ano passado. Em 2015, os embarques de carne in natura e industrializada somaram US$ 77,4 milhões, 15% menos do que em 2014.
O resultado foi pressionado pela redução da demanda dos dois principais mercados da carne bovina do Paraná: a Rússia – em crise econômica - e de Hong Kong. “A Rússia é um parceiro de comércio exterior bastante instável, daí a importância de abrir novos mercados para a carne bovina do Estado”, diz Francisco Carlos Simioni, diretor geral do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab).
REBANHO - O Paraná tem o décimo maior rebanho do país, com 9,2 milhões de cabeças, o que representa 4,3% do total do Brasil. O Estado abateu 902,2 mil cabeças de janeiro a setembro de 2015, de acordo com dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume representou 4% do total nacional.
Fonte: Agência de Notícias do Paraná

SEMINÁRIO EM SÃO PAULO DEBATE OS DESAFIOS E AS OPORTUNIDADES NO SETOR PORTUÁRIO.

A Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), com o objetivo de levar aos investidores informações sobre o próximo leilão de áreas para terminais portuários e outras alternativas de investimento, está promovendo em parceria com a Carta Capital seminários para debater os desafios e as oportunidades no setor.
O primeiro evento, nesta quarta-feira, 24/02, em São Paulo, será aberto pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Também participam os ministros de Portos, Helder Barbalho; do Planejamento, Valdir Simão; e dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, além de empresários e representantes do setor.
O setor portuário como um todo deverá receber investimentos de R$ 51 bilhões até 2042.
Adicionalmente, já está marcado para o próximo dia 31 de março o segundo leilão de áreas portuárias, que ofertará seis áreas para terminais portuários no estado do Pará, todas destinadas a escoar a produção agrícola do Centro-Oeste brasileiro. Essas seis áreas receberão investimentos de R$ 1,464 bilhão em obras e novos equipamentos. Além disso, as empresas pagarão R$ 301,977 milhões em arrendamento à Companhia Docas do Pará ao longo dos próximos 25 anos.
Os próximos eventos estão marcados para Belém, no dia 3 de março, e em Cuiabá, no dia 8 de março.
O seminário será transmitido pelo site da Carta Capital (www.cartacapital.com.br).
DIÁLOGOS CAPITAIS: “SETOR PORTUÁRIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES”
Dia: 24/02/16
Local: Auditório da CNI (Confederação Nacional da Indústria) - Rua Surubim, 504 / 9º andar – Brooklin Novo – São Paulo
Horário: 9h às 12h45
PROGRAMAÇÃO
9h10 – Palestra de abertura
Michel Temer – Vice-presidente da República
9h35 – Painel: Novo Ciclo de Investimentos
Helder Barbalho – Ministro da Secretaria de Portos
Antônio Rodrigues – Ministro dos Transportes
Valdir Simão – Ministro do Planejamento
10h35 – Coffee Break
11h – Painel: A importância do PNLP (Plano Nacional de Logística Portuária) para o desenvolvimento do Brasil
12h – Painel: Leilões de Concessões e o Investimento Privado
12h45 – Fim do evento
Fonte: Ascom\Secretaria de Portos - SEP/PR

NOVA LINHA DE FINANCIAMENTO DO BNDES ESTIMULA A EXPORTAÇÃO.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou a Exim Pré-embarque Empresa Inovadora, uma nova linha de financiamento à exportação de bens de capital e de bens de consumo nacionais. Ela poderá também apoiar a exportação de serviços de Tecnologia da Informação desenvolvidos no País.
O objetivo é fortalecer a competitividade das empresas brasileiras com perfil inovador, oferecendo melhores condições para sua inserção no mercado internacional. O apoio à inovação é prioritário ao BNDES, que, com a nova linha de financiamento, estende a agenda também à exportação.
A nova linha é direcionada a empresas produtoras e exportadoras com faturamento anual de até R$ 300 milhões (micro, pequenas e médias empresas e média grande) que se adequem a critérios objetivos. As companhias precisam já ter financiado a aquisição de um dos serviços tecnológicos no âmbito do Cartão BNDES; possuir patente concedida ou pedido de patente válido; além de ter sido apoiada por programas e linhas do BNDES dedicados ao apoio à inovação.
Com custo financeiro em Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 7,5% ao ano, e prazo de financiamento de até 36 meses, o BNDES Exim Pré-Embarque Empresa Inovadora é realizado por meio de instituições financeiras credenciadas (operação indireta).
Para as micro, pequenas e médias empresas, a taxa de remuneração cobrada pelo BNDES é de 1,6% ao ano. Para as médias–grandes, de 2% ao ano. Sobre o custo final do financiamento também incide a remuneração do agente financeiro, negociada livremente entre as partes.
Fonte: BNDES

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

PORTOS TÊM MOVIMENTAÇÃO RECORDE DE CARGAS EM 2015

A movimentação de cargas nos portos brasileiros bateu recorde histórico em 2015, superando 1 bilhão de toneladas pela primeira vez na história. O volume alcançou 1,006 bilhão de toneladas em 2015, 3,9% acima da movimentação de 2014, que totalizou 968,87 milhões de toneladas.
Os dados estão na nova plataforma que reúne informações dos portos do Brasil, chamada WebPortos, lançada pelo ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), Helder Barbalho, nesta terça-feira, 16/02.
“Estamos muito otimistas com o desempenho dos portos em 2016 e acredito que vamos continuar na linha crescente de volume de carga transportada, como ocorreu em 2015, quando batemos recorde, ultrapassando a marca de 1 bilhão de toneladas movimentadas em nossos portos”, concluiu o ministro.
Desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, o novo sistema consolida as informações sobre os portos brasileiros oriundas de diversas fontes, como Antaq, IBGE, Companhias Docas, entre outras.
“Nossa intenção é continuar agregando mais informações e fazendo aprimoramentos em nosso sistema para que o WebPortos seja uma referência em termos de transparência, com acesso pleno, atualizações permanentes e dados seguros, tudo para orientar a tomada de decisão de investimento”, explicou o ministro durante a solenidade de lançamento da plataforma.
O novo sistema já está aberto para consultas e o link está disponível na página da Secretaria de Portos na internet – www.portosdobrasil.gov.br.
Os dados de 2015 no WebPortos, por exemplo, mostram que a maior parte da carga movimentada, com uma parcela de 62,75%, foi de granel sólido. Em seguida, por participação, vieram granel líquido (22,37%), contêiner (9,87%) e carga solta (5,01%). Por tipo de carga específica, o destaque foi o minério de ferro com 364 milhões de toneladas movimentadas em 2015, com crescimento de 5,35% em 12 meses.
O WebPortos também permite ver que 64,58% do comércio exterior realizado por meio de portos no ano passado foi por terminais de uso privado, construídos e explorados diretamente por empresas, com autorização do Poder Público.
O sistema mostra dados de portos públicos, Companhias Docas e terminais privados, como localização e movimentação. A informação sobre carga movimentada pode ser pesquisada por resultado mensal, anual ou acumulado até determinado mês por ano desde 2010. Os dados também podem ser classificados por importação, exportação ou soma de comércio exterior. Há ainda rankings por portos ou por produtos.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social/Secretaria de Portos - SEP/PR

EMBARQUE DE CARNE À ARÁBIA SAUDITA RECOMEÇA ESTE MÊS.

Anunciada em novembro do ano passado, a reabertura do mercado da Arábia Saudita para a carne bovina brasileira terá efeitos práticos a partir deste mês. De acordo com o Ministério da Agricultura, os primeiros embarques de carne bovina aos sauditas devem ocorrer neste mês de fevereiro, e a expectativa é que as exportações ao país rendam US$ 42 milhões em 2016.
Desde o anúncio da reabertura do mercado saudita, ainda restavam algumas pendências burocráticas para o início efetivo das exportações. A última pendência foi resolvida em 25 de janeiro, com a publicação da lista dos 49 frigoríficos brasileiros habilitados pela Autoridade Saudita de Alimentos e Medicamentos (SFDA) a exportarem carne bovina ao país.
Dentre as unidades habilitadas à exportação, há dez em São Paulo, nove em Mato Grosso do Sul, oito em Goiás, seis em Mato Grosso, cinco em Minas Gerais, três no Pará, duas no Rio Grande do Sul, duas em Rondônia, duas no Paraná e uma em Tocantins.
Com a retomada dos embarques, a Arábia Saudita poderá voltar a ser um principais importadores de carne bovina do Brasil. Em 2012, quando embargou o produto brasileiro - após o registro de um caso atípico de vaca louca no Paraná - os sauditas figuravam entre os dez principais clientes.
Fonte: Valor Econômico/Luiz Henrique Mendes | De São Paulo

LOG-IN BUSCA ACORDO COM BANCOS.

A Log-In, empresa especializada na navegação de cabotagem, acertou uma suspensão temporária de pagamentos ("stand still") com um conjunto de bancos com os quais tem dívidas de curto prazo que somam R$ 530 milhões. O Valor apurou que o acordo é válido até 6 de março.
A Log-In vem negociando, por intermédio da assessoria financeira Moelis & Company, um "reperfilamento" de sua dívida de curto prazo. O acordo de suspensão temporária de pagamentos foi assinado, de acordo com fontes, com grandes bancos, como Banco do Brasil, Itaú, Santander e HSBC. Procurados, os bancos não deram entrevista.
A empresa não tem condições de arcar com os pagamentos a curto prazo e viu o custo de seu endividamento crescer também em função da alta da Selic, a taxa básica de juros. O objetivo é alongar o perfil da dívida, reduzindo também seu custo.
Além desses bancos, há endividamento com bancos médios, que também conversam com a companhia para uma reestruturação. A Log-In tem dívidas de curto prazo com vencimento em 18 meses e custo de 160% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Um eventual pedido de recuperação judicial da Log-In parece hoje mais distante, mas não pode ser descartado. Vai depender da disposição dos bancos credores em reescalonar a dívida da companhia. "O fato é que a receita recorrente da Log-In não é suficiente para servir a dívida da empresa", disse um analista do setor. Mas, resolvida a questão do fluxo de pagamentos a curto prazo, a Log-In terá solvência.
Conforme as fontes, a Log-In já conseguiu reestruturar a dívida de longo prazo que possui com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituição com a qual contratou empréstimos de cerca de R$ 1,3 bilhão.
A Log-In enfrenta dificuldades há algum tempo, mas a situação se agravou em 2015. A crise econômica do Brasil reduziu o volume de cargas movimentado no Terminal de Vila Velha (TVV), de Vitória (ES), controlado pela empresa. A companhia também enfrentou atrasos na construção de quatro navios encomendados ao Estaleiro Ilha S.A. (EISA), que pediu recuperação judicial.
Em janeiro, a mineradora Manabi informou que tinha apresentado uma "proposta não vinculante" para adquirir o controle da Log-In. Mas, de lá para cá, não se teve mais notícias da transação. A Log-In também recebeu outras propostas não vinculantes, algumas das quais partiram de companhias de navegação internacionais.
Procurada, a Log-In não se manifestou. O presidente da empresa, Vital Jorge Lopes, disse que o que tinha para dizer consta do fato relevante divulgado no fim do ano passado, quando a empresa informou ao mercado que tinha iniciado estudos, com o apoio de assessores, para uma "eventual reestruturação de seu endividamento". Também procurada, a Moelis não deu entrevista.
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes e Ana Paula Ragazzi | Do Rio

MINISTRO QUER LANÇAR MAIS 20 EDITAIS DE TERMINAIS ATÉ JUNHO.

O ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), Helder Barbalho (PMDB), afirmou na última segunda-feira (15) que a pasta pretende lançar os editais para as demais 20 áreas que completam o primeiro bloco de licitação de terminais portuários ainda neste semestre. Seis delas são no Porto de Santos. Ao mesmo tempo, a SEP já encaminhou os projetos dos outros blocos para análise do Tribunal de Contas da União (TCU).
“A nossa expectativa é ainda neste semestre lançar novos editais para cumprir a meta de licitar todo o primeiro bloco em 2016”, disse Barbalho, ao participar de cerimônia no Palácio Guanabara ao lado do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
“Nossa expectativa é que possamos, junto com a Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP) e a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários, o órgão regulador do setor), consolidar as informações a respeito deste primeiro bloco para que sejam disponibilizadas as próximas fases de leilão”, afirmou Barbalho.
No próximo dia 31 de março, seis áreas do primeiro bloco (que tem um total de 29) serão leiloadas, em sessão realizada na sede da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), na Capital. Outras três, no Porto de Santos, já foram arrematadas no leilão de portos realizado em 9 de dezembro passado, também na Bovespa.

Ao todo, o Governo pretende repassar à iniciativa privada 93 áreas em portos públicos. A análise do processo envolvendo as demais 64 áreas está sendo realizada pelo TCU.
“Nós imaginamos que o TCU deve atuar de maneira ágil, até porque já estressou o assunto quando construiu o marco legal, o arcabouço que baliza as licitações. Daqui para frente é batimento de informações, checagem de projetos e customização das ações leilão a leilão”, afirmou o ministro.
Novo terminal
Helder Barbalho esteve no Rio para participar da solenidade de autorização para a construção e a exploração de uma nova área do Porto do Açu, localizado em São João da Barra, no norte do estado. O aval foi dado à Brasil Port Logística Offshore, para a implantação de um terminal de uso privado (TUP) no complexo. A unidade, que estará pronta até o próximo ano. demandará investimentos de R$ 610 milhões.
O contrato de autorização foi assinado com a presença do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e do ministro. Segundo Pezão, a localização do porto é estratégica para que o terminal sirva de base de apoio para a indústria de óleo e gás, especialmente na exploração do pré-sal.
O investimento chega em uma hora em que as finanças estaduais se encontram em situação delicada. O Rio tem enfrentado dificuldade até para pagar seus servidores. A participação do setor privado, neste caso, é de extrema importância, destacou o governador.
“Sabemos que os governos federal, estaduais e municipais estão com muita dificuldade de recursos e suas capacidades de investimento estão estranguladas. Temos de ter criatividade de usar o setor privado”, afirmou Pezão.
As obras do TUP devem gerar 1,2 mil empregos, segundo o ministro Helder Barbalho. Com o projeto concluído, em 2017, a previsão é viabilizar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos.
“Nesse momento de dificuldade na empregabilidade, é extraordinário receber uma notícia como essa”, destacou o governador. “O estado só vai se recuperar se a iniciativa privada investir, recolher impostos e as pessoas estiverem trabalhando. É esse ambiente que a gente quer criar cada vez mais neste ano”.
O futuro terminal da Brasil Port vai movimentar e armazenar 609 mil toneladas de carga geral, sendo 27 mil toneladas de granel sólido e 243 mil metros cúbicos de granéis líquidos por ano. Entre as mercadorias que serão transportadas estão fluidos de perfuração, cimento, tubos, equipamentos diversos, diesel e lubrificantes. O terminal também vai realizar manutenção e reparo de embarcações.
Mutirão
Uma ação promovida pela Secretaria dos Portos da Presidência da República (SEP) para combater o mosquito da dengue, na manhã de ontem, causou confusão no Píer Mauá, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro. Turistas de três transatlânticos que atracaram nessa segunda-feira se surpreenderam com a comitiva de cerca de 30 pessoas que acompanhava o ministro Hélder Barbalho, que distribuía folhetos informativos sobre o mosquito Aedes aegypti.
Uma guia que conduzia turistas que desembarcavam recusou o pedido de assessores do ministro de informar aos visitantes, em espanhol, o que era a ação e quem a estava realizando.
Depois da primeira abordagem, um funcionário do píer foi chamado para anunciar, em espanhol, a ação e, depois da fala, pediu palmas para Barbalho. Na parte coberta do cais, turistas foram abordados por seguranças, que pediam para se afastarem do grupo, para não atrapalhar a filmagem.
Nos armazéns 13 e 14, o ministro acompanhou as novas ações realizadas pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) para extinguir focos de reprodução do vetor. Entre elas, uma estação de monitoramento de identificação de vetores e pragas, equipada com dois microscópios.
Com a instalação, segundo a Secretaria dos Portos, é possível fazer o levantamento do índice de infestação e controle do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Também foram instaladas armadilhas para captura dos mosquitos e “motofogs”, motos que fazem o serviço de fumacê nas áreas portuárias, foram utilizados.
No último sábado, o ministro esteve no Porto de Santos, participando do mutirão contra o Aedes. Ele realizará ações semelhantes em Belém (PA), na sexta-feira, e em Salvador, na próxima terça-feira.
Fonte: A Tribuna online/DA ESTADÃO CONTEÚDO

RIO DE JANEIRO GANHARÁ NOVO TERMINAL PORTUÁRIO EM SÃO JOÃO DA BARRA.

O ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), Helder Barbalho, e o governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, assinaram na última  segunda-feira, 15/02, autorização para que a Brasil Port Logística Offshore invista R$ 610 milhões na construção de um novo terminal portuário no município de São João da Barra, norte do estado. O foco do novo empreendimento é para apoiar a indústria offshore de óleo e gás.
“Este ato garante investimentos na área portuária. Por determinação da senhora presidenta, estamos criando as condições para que os investimentos privados ocorram. E há investidores que enxergam oportunidades mesmo em momentos difíceis”, disse o ministro. Ele lembrou de outros investimentos já autorizados pela Secretaria para o estado, como a dragagem do Porto do Rio e a ampliação do perfil de carga do Porto de Açu. “Esse acordo aqui é mais um passo na direção de confirmar os R$ 48 bilhões de investimentos privados previstos em nosso PNLP (Plano Nacional de Logística Portuária) para todo o Brasil até 2042”, afirmou Helder Barbalho.
Conforme informação da Brasil Port, os investimentos autorizados pela SEP devem gerar 1.200 empregos diretos e outros 25 mil indiretos. O novo terminal deve entrar em operação em 2017.
“Essa é uma região que precisa muito de investimento”, destacou o governador do Rio de Janeiro. “E nesse momento de dificuldade na geração de emprego, é extraordinário receber uma notícia como essa. O ministro Helder tem se mostrado muito ágil em tirar os sonhos do papel. Essa não é a primeira solenidade que participo com o ministro. E precisamos investir em programas para gerar emprego e renda”.
Fonte: SEP

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

ENTREVISTA-HIDROVIAS DO BRASIL PREVÊ EXPORTAÇÃO DE GRÃOS PELO NORTE A PARTIR DE JULHO.

As multinacionais Noble Agri, Nidera e Multigrain vão se estabelecer definitivamente nas rotas de escoamento de grãos pela bacia amazônica a partir de julho, com a entrada em operação de novos terminais construídos pela empresa de logística Hidrovias do Brasil, os maiores na região até o momento.

"Vamos começar a receber (grãos) entre fevereiro e março... A gente tem intenção de iniciar operação cheia a partir de julho", disse à Reuters o presidente-executivo da Hidrovias do Brasil, Bruno Serapião.

A Hidrovias, que tem contratos com Noble Agri, Nidera e Multigrain, tradings controladas por asiáticos, define-se como "operador logístico de bandeira branca" e está finalizando a construção de um terminal fluvial no distrito de Miritituba, no Pará, no encontro da BR-163 com o rio Tapajós, onde soja e milho levados de caminhão serão colocados em barcaças.

De lá, os comboios seguem pelos rios amazônicos até Vila do Conde, no município de Barcarena, na região metropolitana de Belém (PA), onde haverá o embarque dos produtos em navios graneleiros, rumo ao mercado internacional.

Serapião evitou comentar sobre o volume que será embarcado pelos terminais em 2016, mas a expectativa é de atingir uma capacidade de 6,5 milhões de toneladas ao ano, em até cinco anos, com investimentos totais de 1,5 bilhão de reais, incluindo obras em terra e a aquisição de barcaças e empurradores.

A Noble Agri, controlada pela chinesa Cofco, a holandesa Nidera, também controlada pela Cofco, e a Multigrain, subsidiária no Brasil da japonesa Mitsui, assinaram contratos de longo prazo para utilizar a estrutura de escoamento, dando lastro para os investimentos da Hidrovias do Brasil.

Segundo o executivo, haverá respeito aos contratos já firmados, mas nada impede a Hidrovias de atender outros clientes.

A empresa é a terceira a operar efetivamente na região de Miritituba, considerada um dos novos polos de logística do agronegócio brasileiro, onde diversas empresas já compraram terrenos e caminham para implementar projetos.

A ideia de todos os investidores é cortar custos de transporte ao evitar um trajeto de mais de 2 mil quilômetros de caminhão entre a principal região produtora de grãos do Brasil, no norte de Mato Grosso, e os portos do Sul e Sudeste.

"O transporte hidroviário é mais competitivo", resumiu Serapião.

Em 2014, a norte-americana Bunge foi a primeira a inaugurar o binário logístico Miritituba/Barcarena, que usa a BR-163 e os rios da Amazônia, com um projeto com capacidade final projetada de 4 milhões de toneladas por ano.

Atualmente, a empresa de transportes Bertolini também opera um equipamento flutuante, capaz de transferir grãos de caminhões para barcaças.

A concorrência, inclusive de projetos que deverão ser implementados no futuro, não é sinal de problema para a Hidrovias do Brasil.

"A competição, dada nos mesmos padrões para todo mundo, com exigências iguais para todos, é muito bem-vinda. Garante que Vila do Conde seja um porto relevante dentro do Brasil", disse Serapião. "Nossa visão é sermos o melhor provedor de logística para nossos clientes."

Após receber os primeiros caminhões em Miritituba entre fevereiro e março, o executivo projeta que as primeiras barcaças chegarão ao terminal de Vila do Conde entre abril e maio, com início das operações comerciais a partir de julho.

RODOVIA

As rotas de escoamento pelos rios Tapajós e Amazonas tornaram-se viáveis apenas nos últimos anos devido à retomada do asfaltamento do trecho paraense da BR-163, uma rodovia aberta no meio da selva na década de 1970.

A obras começaram em 2009 e, com incontáveis adiamentos, os trabalhos ainda não estão concluídos.

Levantamento feito em janeiro pelo Movimento Pró-Logística, ligado a entidades de produtores rurais de Mato Grosso, mostrou que entre Sinop (MT) e Miritituba, em um trajeto total de 990 km, há 104 km ainda sem pavimento. Além disso, trechos de asfalto mais antigo estão esburacados.

"A estrada obviamente é um fator importante no nosso sistema. Tem um trecho pequeno não asfaltado. A gente acredita que até o final deste ano isso esteja resolvido (com obras finalizadas)", projetou o presidente da Hidrovias do Brasil.

A companhia tem como controlador o Fundo P2 Brasil, do Pátria Investimentos, além de participação dos fundos canadense AIMCO, do Temasek, de Cingapura, e do BNDESPar, entre outros sócios minoritários.

Fonte: Gustavo Bonato/Reuters