terça-feira, 31 de maio de 2016

EMPRESA DE LOGÍSTICA GEFCO APOSTA EM DEMANDA POR CORTE DE CUSTOS PARA CRESCER NO BRASIL.



SÃO PAULO - A companhia europeia de logística Gefco quer elevar seus negócios no Brasil neste ano, esperando capturar oportunidades com empresas do ramo industrial que buscam reduzir custos em meio à crise econômica.

Focada em gerenciamento de cadeias logísticas complexas, principalmente na área automotiva, e atuação nas de óleo e gás, aeronáutica, farmacêutica, a Gefco tem a PSA Peugeot Citröen e a Russian Railways como acionistas.

A principal aposta da companhia no curto prazo é a região Sul do país, onde montou uma nova unidade na cidade gaúcha de Guaíba, próxima do centro de distribuição da Toyota e da fábrica de caminhões da Foton.

A empresa, que recentemente obteve certificado de operador portuário, prevê iniciar operações no porto do Rio Grande (RS) e vê boas oportunidades de integrar fluxos entre a unidades na Argentina e no Brasil, com expectativa de retomada do volume de negócios entre os dois países, e pretende ainda atuar mais fortemente no segmento de pré-montagem.

"A economia e o setor automotivo no Brasil recuaram tremendamente. O faturamento por cliente ainda pode cair, mas o número de oportunidades está aumentando", disse à Reuters o chairman do conselho executivo global da Gefco, Luc Nadal.

"A maturidade da logística no Brasil está melhorando, com ferramentas de tecnologia da informação e sistemas para os quais muitas companhias estão olhando muito mais positivamente".

A Gefco espera crescer 33 por cento no país neste ano ante 2015, excluindo os negócios com a Peugeot Citroën, a principal cliente da companhia no país. A Gefco também trabalha com outras empresas do setor automotivo como Fiat Chrysler e fabricantes de componentes e de autopeças.

O faturamento da Gefco no país somou 300 milhões de reais no ano passado, quase estável sobre 2014, com a queda na receita com a Peugeot compensada pelo crescimento de outros negócios.

Para um prazo mais longo, a empresa, hoje também presente no Rio de Janeiro, em São Paulo, Minas Gerais e no Paraná, estuda abrir filiais no Nordeste, como na Bahia e em Pernambuco.

(Fonte:Reuters/Priscila Jordão)

COM CRISE, ARCELORMITTAL OCUPA 70% DA USINA DE TUBARÃO COM EXPORTAÇÃO.



Na contramão da média de ocupação da capacidade de siderúrgicas brasileiras - em torno de 60% -, a ArcelorMittal Tubarão vem operando quase à plena utilização de sua usina em Serra (ES). A empresa, subsidiária de aços planos do grupo ArcelorMittal, aproveita a boa maré de exportação de produtos, favorecida em parte por câmbio, por recuperação dos preços internacionais e por novos clientes e mercados.

Tubarão está embarcando tanto placas, um produto semi-acabado, quanto bobinas laminadas a quente. Em relação às bobinas, a empresa busca compensar a retração da demanda no mercado brasileiro de aço. No primeiro trimestre, as vendas locais de aço do grupo sofreram decréscimo de 14%, conforme seus balanço.

"Estamos operando em Tubarão ao nível de produção de 7 milhões de toneladas de aço bruto [placas]", disse Benjamin Baptista Filho, presidente da empresa e responsável por Aços Planos da ArcelorMittal na América do Sul.

A fabricante tem capacidade de fazer 7,5 milhões de toneladas de placas ao ano. Desse volume, dispõe de instalação para beneficiar, em bobinas à quente, 4 milhões de toneladas, cujo principal mercado de destino, em teoria, é o brasileiro. Uma pequena parte era para clientes latinos-americanos, que com a crise ganharam peso nos embarques da empresa.

Tubarão, informou Baptista Filho, exporta praticamente toda a produção excedente de placas (que supera 3 milhões de toneladas) e o correspondente à metade - 1,5 milhão de toneladas - da produção de chapas laminadas em bobinas. "Estamos destinando quase 70% do volume produzido para exportação, principalmente em razão da melhora dos preços internacionais", afirmou.

Do fim de 2015 até algumas semanas atrás, as bobinas a quente chegaram a ter alta US$ 200 a tonelada no mercado chinês, impulsionando os preços do aço no mercado global. Nos Estados Unidos, o produto superou fácil a marca de US$ 500. "O mercado americano está bom, com a economia crescendo", disse Baptista.

Segundo o executivo, as margens de ganho das siderúrgicas no Brasil antes dos aumentos de preços estavam "um desastre", gerando prejuízos para as empresas. A recuperação dos preços no exterior levaram as fabricantes locais a elevar preços, com reajustes de 10 a 12% em abril e maio e outro igual previsto para junho.

"Hoje temos o aço para a indústria automotiva mais barato do mundo", diz Baptista. Por meio da unidade Vega, em São Francisco do Sul (SC), a empresa vende laminados a frio e galvanizados para montadoras, fabricantes de linha branca e construção civil.

As vendas de placas de Tubarão ganharam velocidade a partir de julho de 2014 ao ganhar contrato do próprio grupo para suprir parte da necessidade de aço da laminadora americana de Calvert, no Alabama. A unidade foi adquirida da ThyssenKrupp por um consórcio entre ArcelorMittal e Nippon Steel & Sumitomo. Com isso, a empresa reativou um alto-forno que estava desligado fazia muito tempo e já embarca para Calvert cerca de 1 milhão de toneladas de placas.

O mercado de aço no país caiu 35% nos últimos três anos, diz o executivo. "Tem de haver crescimento da economia do país para puxar o consumo", Segundo ele, o novo governo trouxe animação para o empresariado. "Com mais de dois terços de apoio do Congresso, o presidente Temer poderá aprovar e fazer coisas". Na posição-chave, diz, conta com a competência de Henrique Meirelles [ministro da Fazenda]. "Já sentimos uma mudança de expectativa, ao gerar credibilidade e confiança aos agentes econômicos", afirma.

Fonte: Valor Economico/Ivo Ribeiro | De São Paulo

INVESTIDORES QUEREM ALTERAR LEILÃO DE PORTOS.



Representantes do setor privado deverão se reunir nesta semana com o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa, para pedir mudanças nas regras de leilão de arrendamento de seis áreas em portos do Pará, que eles consideram muito desequilibradas em favor do Estado. Programado para o próximo dia 10, o certame corre o risco de ser adiado por falta de interessados, segundo informou o ministro na semana passada.

Nesta segunda-feira, 30, Quintella recebe o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, que foi secretário de Portos até o afastamento da presidente Dilma Rousseff. A ideia é fazer uma avaliação sobre as chances de sucesso do leilão e, eventualmente, optar por uma nova data.

Como secretário de Portos, Barbalho tinha uma boa interlocução com o setor privado. Por isso, está ciente das críticas feitas pelos potenciais interessados. "Está dito no contrato que o vencedor assume total responsabilidade por passivos ambientais e outros problemas, sem direito de propor depois uma reavaliação econômico-financeira", disse o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli. "Isso afasta os investidores privados."

O ponto considerado mais grave, porém, é o que abre espaço para o Estado alterar ou rescindir o contrato de forma unilateral. "É um atentado à Constituição e ao Estado Democrático de Direito", afirmou o executivo.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) diz que essas avaliações são exageradas. Ela diz que os contratos não serão rescindidos sem que haja um processo, com amplo direito de defesa do empreendedor.

Adiamento

As ressalvas constaram de uma carta enviada à Secretaria de Portos em março passado, pouco antes do leilão, então programado para o dia 31 daquele mês. No dia 29, Barbalho mandou suspender a concorrência.

Oficialmente, por uma falha ocorrida no sistema da Antaq, que deixou sem respostas 48 questionamentos enviados por empreendedores. Mas também porque já estava claro que alguns lotes não haviam atraído nenhuma proposta e outros sairiam pelo preço mínimo fixado no edital: R$ 1,00.

O leilão dos arrendamentos no Pará, que envolverão investimentos estimados em R$ 1,6 bilhão, é o primeiro de grande porte a ser realizado pelo governo do presidente interino, Michel Temer. As concessões em infraestrutura são uma aposta para a retomada da atividade econômica no curto prazo. Daí a pressa em avançar com o programa.

Salvador

Na semana passada, foi realizado o leilão de um terminal de passageiros no porto de Salvador, construído a um custo de R$ 40,7 milhões. Com preço mínimo de R$ 1,00, ele saiu por um lance de R$ 8,5 milhões, o que foi considerado um sucesso pelo governo Os vencedores se comprometeram a investir mais R$ 7 milhões e a pagar à Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) taxas de arrendamento no total de R$ 34,5 milhões ao longo dos próximos 25 anos.

No total, o governo pretende leiloar quatro terminais desse tipo, que foram construídos para a Copa do Mundo. O próximo da lista é o de Recife, no dia 31 de agosto. Ainda sem data marcada, irão a leilão também os terminais de Fortaleza e Natal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadao Conteudo/Por Lu Aiko Otta

EXPORTADORES QUEREM REVISÃO DE 100% DE ESCANEAMENTO DAS CARGAS.



Exportadores querem a revisão da exigência de 100% dos contêineres destinados a exportação serem escaneados antes do embarque nos navios. O serviço gera um custo adicional cobrado pelos terminais portuários, onde ocorre a vistoria. Segundo os embarcadores, não existe previsão legal expressa para que a totalidade dos contêineres sofra a chamada "vistoria não invasiva".

A medida cumpre determinação das alfândegas nos portos, ligadas à Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (Coana), da Receita Federal. Conforme a Coana, é inerente às atribuições do órgão a fiscalização de 100% das cargas, sendo o percentual definido após análises de riscos.

Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao qual o Valor teve acesso mostra que terminais nos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), Itapoá (SC), Rio Grande (RS) e Pecém (CE) passaram a exigir o crivo do scanner em 100% dos casos. Apesar de a medida já estar em vigor há três anos em alguns portos, os exportadores estão reclamando agora de forma mais incisiva devido ao aumento das vendas externas, estimuladas pelo câmbio. Foram feitas 75 entrevistas com representantes de associações e grandes exportadores de 6 a 27 de abril.

O principal problema apontado pelos embarcadores é o valor cobrado por contêiner escaneado, que foi de menos de R$ 200 (em 58% dos casos) a mais de R$ 400 (1%) no período. Para 47% dos entrevistados, a cobrança tem alto impacto na competitividade das exportações e importações - também as importações são alvo de escaneamento. Para 31% o impacto é médio; o restante não viu reflexo (16%) ou não respondeu (6%).

A CNI critica a cobrança. "Se o serviço decorre de exigência do poder público e isso envolve cobrança de uma taxa essa taxa não pode ser maior que o necessário para amortizar o serviço. A impressão é que os terminais estão tendo lucro com a obrigação", diz o gerente-executivo de comércio exterior da CNI, Diego Bonomo. A CNI defende que se trabalhe com gestão de risco e somente se a gestão apontar necessidade "se faça 100% de escaneamento por um período, mas que isso não se perenize", disse Bonomo.

A Coana informou que é justamente após a gestão de análise de risco que as aduanas locais estipulam os percentuais. No porto de Santos, por exemplo, a alfândega adota a inspeção não invasiva de 100% dos contêineres vazios e cargas com destino apenas à Europa, esclareceu o órgão, devido à maior frequência de tentativas de envio de drogas ao exterior. Os demais são escaneados conforme indicação do gerenciamento de risco ou dos Oficiais do Customs and Border Protection, via o programa Container Security Initiative, exclusivamente para cargas destinadas aos Estados Unidos.

No caso de Paranaguá, há uma ação judicial obrigando o terminal de contêiner local a escanear 100% das cargas. Itapoá, disse a Coana, realiza por conta própria o escaneamento na exportação, sem custo para o exportador. "De acordo com o terminal, o eventual custo somente é repassado nos casos solicitados pela fiscalização", disse.

A Coana explicou ainda que a alternativa de inspecionar 100% das exportações "subsiste como corolário" da previsão de que os scanners à disposição da fiscalização aduaneira nos terminais "devam ser suficientes para inspeção da totalidade das cargas neles movimentadas". Mas adiantou que está trabalhando com as alfândegas numa ampla reformulação que deve sair em junho.

Sobre os preços, a Antaq afirmou que se a exigência de escaneamento for para todas as cargas o terminal não pode instituir uma cobrança específica. Neste caso, diz a agência, o valor deve integrar a base da formação geral dos preços e ser repassado "de forma linear e rateada, entre todos os clientes e usuários, diluídos nos preços dos serviços já existentes, prestados sem discriminação".

Fonte: Valor Economico/Fernanda Pires | De São Paulo

segunda-feira, 30 de maio de 2016

CARGILL TENTA DIMINUIR DEPENDÊNCIA DA COMERCIALIZAÇÃO DE COMMODITIES.



A maior empresa de agronegócios do mundo vem dando passos para se "descommoditizar". Esse foi o termo usado por um alto executivo da americana Cargill ao descrever como a mudança nas preferências alimentares dos consumidores vem modificando a estratégia da companhia.

O termo choca, porque há um século e meio a Cargill é conhecida como a mais pura essência da comercialização de commodities, negociando rios e mais rios de grãos, oleaginosas, açúcar e outros gêneros alimentícios.

A Cargill, no entanto, passou a ajustar sua cadeia de suprimentos de produtos a granel diante do crescente número de consumidores que querem alimentos produzidos de acordo com certos padrões sociais e ambientais ou alimentos naturais que cumpram algumas condições, como a ausência de transgênicos.

A empresa criou um xarope de milho livre de transgênicos para atender um cliente no ramo de doces, segundo o balanço anual da firma. Na semana passada, o diretor de finanças da Cargill, Marcel Smits, explicou em Nova York que a empresa dedicou uma fábrica inteira para fazer o produto, cujo volume já representa 10% do total de sua produção de xarope de milho.

"Se as pessoas pedem uma versão transgênica e outra não transgênica, inicialmente pensamos e dizemos: 'Ah, isso vai ser complicado, porque temos que manter nossos grãos separados, em silos separados'", disse Smits, na conferência "Farm to Market", da BMO. "Se pensamos um pouco mais, dizemos: 'Ah, isso na verdade é interessante porque vai descommoditizar nosso negócio'".

A Cargill é uma das maiores produtoras de carne bovina na América do Norte. Produz quase 3,6 milhões de toneladas de carne bovina embalada e de derivados por ano, de acordo com o site da empresa. Atualmente, é capaz de manter esse tipo de separação "na carne de 20 animais durante todo o processo até a embalagem [final]".

Por definição, essa fragmentação encolhe as economias de escala possíveis quando se lida com grandes volumes de commodities. Construir silos separados de grãos aumenta os custos.

Smits disse, contudo, que negócios especializados, como o xarope de milho sem transgênicos, também trazem margens de lucro maiores. "A fragmentação de nosso setor está descommoditizando as cadeias de abastecimento agrícolas. Isso não vai mudar. A propósito, isso é realmente uma boa notícia para a Cargill", disse.

Naturalmente, a Cargill há muito tem operações fora da esfera das commodities. A divisão de "química verde" da empresa fabrica polímeros e polióis à base de soja, usados, por exemplo, na espuma de travesseiros, e formula produtos especiais derivados de ovos, usados em redes de lanchonetes. Também continua desenvolvendo seu negócio principal, de comercialização de commodities, tendo investido, por exemplo, em um porto para grãos na Ucrânia, neste ano.

Em tempos de excesso de oferta e queda de lucros na comercialização de grãos, não é de surpreender que a Cargill e outras grandes do setor falem em linhas de produtos fora do mundo das commodities.

A ADM, por exemplo, comprou em 2014 a Wild Flavors, uma empresa de bebidas saborizadas e alimentos especiais, por € 2,3 bilhões. A Bunge, que também fabrica alimentos e comercializa grãos e oleaginosas, quer que as operações de valor agregado representem 35% de seu lucro antes de juros, impostos e depreciação, em comparação aos 15% de 2015. (Tradução de Sabino Ahumada)

Fonte: Valor Economico/Gregory Meyer | Financial Times, de Nova York

EMBARQUE DEVE SUBIR 12% NESTA SAFRA, DIZ CONSULTORIA.



A perspectiva de aumento da produção de açúcar no Centro-Sul e a escassez global da commodity prometem abrir alas para as exportações brasileiras nesta safra. A consultoria Datagro estima que o Brasil exportará 27 milhões de toneladas de açúcar na temporada atual (2016/17), um crescimento de 12,5% sobre a temporada anterior, quando 24 milhões de toneladas de açúcar saíram do país.

De acordo com Plinio Nastari, presidente da Datagro, a redução da produção no Sudeste Asiático tem colaborado para manter a demanda firme pelo açúcar brasileiro (ver a reportagem Países da Ásia vêm ao Brasil buscar açúcar)


Além disso, também há possibilidade de a Europa importar açúcar, ainda que em volume limitado, para recuperar seus níveis de estoques. A expectativa é que a Comissão Europeia aprove um leilão para permitir importações de 300 mil a 400 mil toneladas.

Mas o cenário para a participação do Brasil no mercado internacional não é de ascensão contínua. Ainda que a produção da Tailândia não se recupere na próxima temporada, o país tem ampliado o plantio de cana-de-açúcar sobre lavouras de arroz, o que deverá aumentar a produção no médio prazo. Esse incremento da produção seria estimulado por subsídios, segundo o Brasil, o que levou o país a abrir uma reclamação contra a Tailândia na Organização Mundial do Comércio (OMC).

O Brasil também deve perder mercado com o início da vigência da Parceria Transpacífica (TPP), que prevê redução de tarifas de importação entre os 12 países signatários. "A Tailândia deve ter acesso preferencial a esses mercados, deslocando para si a exportação do Brasil", avaliou Nastari.

Fonte: Valor Economico/Por Camila Souza Ramos | De São Paulo

PAÍSES DA ÁSIA VÊM AO BRASIL BUSCAR AÇÚCAR.



Países do Sudeste Asiático estão recorrendo ao açúcar brasileiro para escapar de um aperto na oferta da região, provocado tanto pela quebra de safra em importantes polos produtores e exportadores quanto pelo contrabando da commodity para a China.

Recentemente, navios com bandeiras de tradicionais importadores de açúcar da Tailândia nesta época do ano - como Malásia, Bangladesh e Indonésia - encostaram nos portos brasileiros à espera de carregamentos do produto. Até a Índia, que chegou a exportar açúcar no ano passado, teve que recorrer ao Brasil.

A demanda do Sudeste Asiático pelo açúcar brasileiro tem chamado a atenção desde fevereiro, quando o Centro-Sul ainda estava na entressafra. Entre aquele mês e abril, os embarques nacionais para e região somaram 367 mil toneladas, 87% mais do que o volume médio exportado nesse período nos últimos três anos, de acordo com levantamento feito pela consultoria FCStone a pedido do Valor.

Considerando os preços médios de exportação do açúcar bruto nesse período indicados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), esses embarques representaram uma receita superior a US$ 107 milhões.

Embora o volume movimentado ainda seja pequeno frente ao que o Brasil deve exportar nesta safra, esse crescimento foi possível porque o açúcar brasileiro se tornou uma alternativa mais barata que o produto tailandês. A Tailândia é o segundo maior exportador global de açúcar, atrás do Brasil, e está mais perto desses centros consumidores. Mas o produto que circula em seus portos está sendo negociado com prêmios elevados.

Segundo a FCStone, o açúcar tailandês de alta polarização (HP) é negociado com um prêmio de 126 pontos sobre o contrato de açúcar demerara com vencimento em julho na bolsa de Nova York. Ontem, esses papéis fecharam cotados a 17,42 centavos de dólar a libra-peso. Nas últimas duas safras, o prêmio cobrado nesta época do ano oscilou entre 20 e 30 pontos.

Já no porto de Santos, por onde é escoado 80% do açúcar exportado pelo Brasil, o açúcar VHP (polarização muito alta) é negociado, desde março, com desconto de 10 a 20 pontos em relação ao mesmo contrato na bolsa americana

"O preço alto na Tailândia tem direcionado a demanda global para o Brasil", afirmou João Botelho, analista da FCStone. O diferencial é tamanho que mesmo países que têm vantagem tarifária para importar açúcar tailandês, como é o caso da Indonésia, estão direcionando seus navios ao Brasil.

Um dos motivos para a elevação dos preços da commodity na Tailândia é a quebra da safra local, estimada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em 10% no atual ciclo 2015/16 - para 9,74 milhões de toneladas -, após uma forte seca no ano passado. Mas o próprio órgão prevê que os embarques do país não serão afetados, projetando um aumento de 6%, para 8,8 milhões de toneladas. Mesmo assim, a menor oferta tem encarecido o produto para o exterior.

Outra razão é a sangria provocada pelo aumento do contrabando de açúcar para a China neste ano - que pode ter chegado a cerca de 1,2 milhão de toneladas do comércio global nas contas de Plinio Nastari, presidente da consultoria Datagro.

Em 2015, o governo chinês passou a regular a liberação de licenças de importação de açúcar, retirando a automaticidade do processo justamente em um momento de quebra de safra no país. Como uma quantidade elevada de açúcar que as refinarias já tinham contratado ficou parada no porto, "os comerciantes de Mianmar começaram a comprar da Índia e da Tailândia para colocar o produto ilegalmente na China [por terra] entre os meses de janeiro e março", disse Botelho.

A Tailândia chegou a exportar, apenas por navio, quatro vezes mais açúcar para Mianmar durante seu período de safra (de novembro do ano passado a março deste ano). O volume, de 356 mil toneladas, porém, indica apenas uma parcela do que pode ter sido contrabandeado à China via Mianmar, uma vez que não há registros da quantidade exportada por terra.

A Índia chegou a responder por um volume bem maior exportado para Mianmar, com 958,3 mil toneladas embarcadas entre seu período de safra (de outubro a fevereiro), contra apenas mil toneladas enviadas ao país vizinho no mesmo período da safra anterior.

Parte desse açúcar foi originada inclusive no Brasil, uma vez que a produção indiana também foi afetada pela seca, segundo o analista da FCStone. O Brasil tem sido um importante fornecedor da Índia. Embarcou, de janeiro a abril, 513,4 mil toneladas, o triplo do total do mesmo período de 2015.

Além das nações do Sudeste Asiático, outros compradores que costumam importar açúcar da Tailândia também estão recorrendo mais ao Brasil nos últimos meses. É o caso de países do Oriente Médio e do norte da África, que também importaram um volume acima da média desde janeiro. Conforme a FCStone, o Brasil exportou para essas duas regiões 3,1 milhões de toneladas de açúcar, 14% acima do volume médio embarcado nesse período nos três anos anteriores.

Fonte: Valor Economico/Camila Souza Ramos | De São Paulo

EMPRESÁRIOS DO SETOR PORTUÁRIO E MINISTROS DEBATEM DRAGAGEM.



A dragagem do Porto de Santos pautou algumas reuniões ministeriais nos últimos dias, em Brasília. O assunto foi levado ao Distrito Federal por empresários do setor, que, preocupados com a redução do calado no complexo marítimo e suas consequências, procuraram os parlamentares da região e começaram os diálogos com representantes do Governo Federal, buscando resolver a questão da profundidade.

Na última terça-feira (24), o grupo de executivos esteve com o primeiro secretário da Câmara Federal, o deputado federal Beto Mansur (PRB-SP). “A gente está com um problema e o assoreamento (a deposição natural de sedimentos no canal, trazidos pelas correntezas) não espera. Já tem navios maiores chegando. Os empresários fizeram grandes investimentos e estão preocupados”, afirmou.

Mansur conta que o objetivo da comitiva é formular uma proposta para dragagem, não só para Santos, mas para o Brasil, e analisar de que maneira isso pode ser feito.

A questão foi levada ao ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella (PR). Mansur esteve reunido com ele ontem, para pedir uma solução. “Eu ponderei essa situação com o ministro, que se inteirou do problema e chamou sua assessoria”, disse.

O deputado João Paulo Tavares Papa (PSDB) também recebeu os empresários e os acompanhou em uma reunião com o secretário do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), Moreira Franco. “Eles querem discutir uma agenda ampla, mas foi apenas uma primeira reunião”, afirmou Papa. Segundo ele, ficou acordado que os executivos devem mandar, em breve, uma proposta e sugestões para melhorar o setor.

Mais força

Também na terça-feira (24), o deputado federal Marcelo Squassoni (PRB) foi escolhido para ser um dos vice-líderes do Governo na Câmara dos Deputados. Na nova posição, ele garante que vai ajudar na questão portuária. “Temos poucos dias desta nova gestão, mas a falta de um secretário atrasa todos os trabalhos. Vou cobrar o Governo para nomear o secretário de Portos. Vou pedir prioridade”.

Com a redução ministerial, que levou a Secretaria de Portos (SEP) a ser incorporada ao novo Ministério dos Transportes, o setor ficou sem comando e vários projetos estão atrasados. Um deles é o início de um novo contrato de dragagem. A empresa vencedora da licitação, a EEL, aguarda a assinatura da ordem de serviço para iniciar seus trabalhos.

Enquanto as atividades da EEL não têm início, a saída é contar com contratos firmados pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Mas um deles, o que cuida da dragagem de manutenção no canal de navegação e nas bacias de evolução nos trechos 2, 3 e 4 do estuário (entre a Ponta da Praia e a Alemoa), foi encerrado e o serviço, interrompido. A solução proposta pela Codesp é incluir o serviço no contrato de dragagem do Trecho 1, que vai da Ponta da Praia até a Barra de Santos. A ideia será apresentada ao Conselho de Administração (Consad) da empresa.

A falta de manutenção na profundidade nos trechos 2, 3 e 4 fez com que, na área onde está instalada a empresa Brasil Terminal Portuário (BTP), os navios tivessem reduzido o limite máximo de seu calado (a altura da parte do casco que fica submersa, que varia conforme o carregamento da embarcação). Com isso, os cargueiros são obrigados a navegar por esta região com menos mercadorias, o que torna a operação mais cara para importadores e exportadores.

Fonte: A Tribuna On line/EGLE CISTERNA

RECEITA POR CONTÊINER TRANSPORTADO CAI NO PRIMEIRO TRIMESTRE.



SÃO PAULO - Os maiores armadores de contêineres do mundo continuaram enfrentando redução dos valores de fretes marítimos no primeiro trimestre de 2016. A receita por Teu (contêiner padrão de 20 pés) da Maersk Line, por exemplo, maior transportadora marítima do mundo, saiu de US$ 1,417 mil de janeiro a março de 2015 para US$ 1,053 mil no mesmo intervalo deste ano.

A receita por Teu da CMA CGM caiu de US$ 1,297 mil no primeiro trimestre de 2015 para US$ 1,068 mil.

Na Hapag Lloyd, a queda na mesma base de comparação foi de R$ 1,410 mil para US$ 1,207 mil. Em todos os casos a receita por Teu no primeiro trimestre de 2014 foi maior que em 2015. Na Hanjin a receita por Teu foi de US$ 1,648 mil em 2015 para US$ 1,187 mil em 2016.

A derrubada dos fretes deriva do excesso de capacidade ociosa no transporte marítimo, após a corrida da indústria da navegação por navios cada vez maiores, muitos dos quais saíram dos estaleiros num cenário de queda de demanda de volumes de alguns mercados — como, mas não apenas, o do Brasil.

Fonte: Valor Economico/Fernanda Pires

NotíciasIndústria naval e offshore NO AMAZONAS, POLO NAVAL CRESCE, MAS NÃO APARECE.



Mesmo sem o tão sonhado Polo Naval, negociado com o Estado há anos, o setor apresenta crescimento de cerca de 29,55%, no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2015. A arrecadação do segmento alcançou um volume de US$ 16,77 milhões em relação ao ano anterior, quando alcançou apenas US$ 12,94 milhões.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria Naval, Offshore e Reparos do Amazonas (Sindnaval), Mateus de Oliveira Araújo, a indústria naval de Manaus emprega um total de 8.572 postos de trabalho direito, e mais de 24 mil indiretos. E o segmento tem demanda para este ano de 90 navios para o mercado da soja na região sudeste do país

“Temos uma demanda de seis a sete navios em andamento, para empresa privadas. Temos uma indústria naval eficiente, embora tenhamos um parque que precisa de otimização, melhora. Precisamos otimizar o que já é bom, em relação ao financiamento”, afirma o presidente do sindicato.

De acordo com Araújo, a indústria naval está construindo os últimos navios para empresas privadas e alguns navios de sal, para o Rio Grande do Norte. “Apesar da crise, que o mercado como um todo sofre, um pouco por conta das incertezas, não temos sofrido como os outros segmentos que dependem diretamente de contratos com a Petrobras, como as indústrias do sul do país, que muitas estão fechando”, observa.

Segundo o presidente das indústrias navais do AM, o polo naval de Manaus, apesar de ter se falado pelo atual governo que seria uma política de implantação da economia do Estado, o governo não mostra interesse no setor. “O polo naval está amarrado nesse tronco das audiências públicas. Mas o governo, não sei de por forças ocultas, ainda não fez as suas. O Sindnaval vê com desanimo o interesse governo no setor. Quando ele diz que as novas matrizes econômicas serão a fruticultura e a monoculturas, ele dá sinais desse desinteresse no setor naval”, lamenta.

De acordo com a Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Ciência Tecnologia e Inovação (Seplan-CTI), as decisões estão sendo tomadas pela secretaria em conjunto com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), para reavaliar as possibilidades de responder as demandas da Justiça. Segundo a secretaria, o projeto vai passar por uma nova avaliação, no âmbito da Justiça, e da procuradoria.

Em nota, a pasta informou que é a responsável pelo projeto, cuja viabilidade segue em sob avaliação. Sobre os embargos da Justiça, a Seplan-CTI diz que o Estado tem outros entendimentos sobre o caso, e que já foi exposto para os órgãos competentes, mas não foram aceitos. “Vamos continuar nos articulando para que ele seja instalado, pois o projeto é importante para este governo”, afirma.

Puraquequara

Na última segunda-feira (23), a Justiça Federal no Amazonas manteve a suspensão de todas as medidas referentes à implantação do polo naval no Estado do Amazonas, enquanto não houver a realização de consulta prévia aos povos tradicionais da região. Até o ano passado, o Estado mostrava interesse de implementar o projeto na região do Puraquequara, Zona Leste de Manaus, onde realizaria a construção do polo e garantiria aos moradores das proximidades contrapartidas como preparação para trabalhar no setor.

Indústria naval conta hoje no Amazonas com 8,5 mil operários no emprego direto e mais de 24 mil indiretos – Foto: Arquivo EM TEMPO

A suspensão havia sido determinada em caráter liminar, em maio de 2014, após pedido do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) em ação civil pública e foi confirmada com a sentença judicial. A Justiça também anulou decreto que declarou de utilidade pública áreas do Puraquequara.

Fonte: Em Tempo/Stênio Urbano

terça-feira, 24 de maio de 2016

TERMINAL DE CONTÊINERES DA BTP TEM DE REDUZIR CALADO DE NAVIOS.



Uma portaria da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) surpreendeu a operadora Brasil Terminal Portuário (BTP). O documento, recebido na sexta-feira (20) pela empresa, aponta a redução do calado dos navios na área de manobras para atracação das embarcações. A diminuição chega a quase 1,8 metro em alguns berços da companhia, que fica na região da Alemoa.

O calado é a altura da parte do casco do navio que fica submersa (medida entre a quilha e a linha d´água). Essa medida recebe um limite de modo a garantir a segurança da navegação, para impedir que o navio afunde demais e acabe encalhando.

Pelo documento, assinado pelo capitão dos Portos de São Paulo, capitão-de-mar-e-guerra Alberto José Pinheiro de Carvalho, na quinta-feira, só poderão fazer manobras para atracar nos berços da BTP navios cujo calado não exceda 11,3 metros na maré baixa e 13,3 metros na maré alta.

De acordo com a tabela operacional de calados em berços e canal do Porto de Santos, do último dia 18 de abril, o calado máximo deste trecho era 13,2 metros em maré baixa e 14,2 metros em maré alta. Em um dos berços, essa medida podia chegar a 14,1 e 14,4 metros.

O diretor-presidente da BTP, Antonio Passaro, se diz indignado com a medida. “Recebemos essa notícia com grande revolta. Isso pode causar um grande prejuízo para o Porto de Santos”, aponta. “Temos navios vindo para cá cada vez mais cheios e o mercado está voltando a ficar aquecido, mas temos que ver se essas embarcações vão poder entrar aqui”.

O executivo acredita que muitos navios vão ter que esperar ou cancelar a escala no Porto. “Será um prejuízo muito grande para importadores e exportadores. Neste fim de semana, temos navios que vem para entrar e vão ficar a espera da maré. E tempo parado neste setor é dinheiro perdido”, sentencia.

Passaro aponta como o principal fator da redução da profundidade da área a falta de dragagem do canal de navegação. “É uma total falta de planejamento. É inadmissível que o Porto fique sem esse serviço. É prova de ineficiência”, desabafa o executivo.

Determinação da Capitania dos Portos afeta apenas a BTP, na região da Alemoa (Foto: Carlos Nogueira)

O outro lado

A Capitania dos Portos afirmou que a redução aconteceu apenas na área da BTP, não afetando outros terminais.

Por meio de nota, a Docas informou que, como não recebeu a portaria, “não efetuou qualquer alteração no calado constante na tabela vigente” e, caso receba “qualquer alteração nesse sentido tomará as providências cabíveis”.

Quanto à dragagem, a Codesp afirma que “vem realizando o programa de dragagem dos berços segundo cronograma de prioridades estabelecido em conjunto com Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), que vem sendo cumprida dentro do cronograma e é revista e atualizada semanalmente”.

Fonte: A Tribuna online/EGLE CISTERNA

Navio brasileiro em operação em Rio Grande.


Embarcação de bandeira nacional realizou operação de descarga de material para projeto eólico, no dia 20 de maio último, no Cais Público do Porto do Rio Grande (RS). O Aliança Energia descarregou torres eólicas. O cargueiro de 166 metros de comprimento realiza uma das operações mais grandiosas, em termos de carga sólida, que acontecem no Porto Novo.

A movimentação da mesma carga vem rendendo bons resultados, uma vez que, considerando os números, em 2014 o total de operação foi de 8 mil e 689 toneladas do material, e em 2015, embora o numero tenha sido reduzido para 4 mil 834 toneladas, estima-se que para 2016 os números voltem a subir.

Redação Portogente

Zona Franca de Manaus registra queda de 37% no faturamento.



Desemprego e falta de segurança de quem está empregado geram queda no consumo, que reduz a produtividade das empresas, que fazem mais demissões. Esta é a fórmula para a economia entrar em um círculo vicioso, ou looping infinito, para usar a expressão da indústria da informática. O faturamento do primeiro trimestre da ZFM (Zona Franca de Manaus) reforça a teoria. Contabilizado em dólares, o balanço do Polo Industrial de Manaus (PIM) registrou queda de 37% em relação a igual período de 2015. Considerando o número de postos de trabalho, eram 83,2 mil em março último, contra 104,7 mil em dezembro, redução de aproximadamente 20%.

A participação dos segmentos na receita total também apresentou novidades no primeiro trimestre. O setor de duas rodas, que respondeu por 17,2% do faturamento entre janeiro e março de 2015, atrás apenas da indústria eletroeletrônica, caiu para o quarto lugar, com 14,8%. Perdeu espaço para bens de informática e setor químico, com 18,5% e 15,2% de participação, respectivamente.

O cenário da região acompanha o nacional. Estimativas da CNI (Confederação Nacional da Indústria) apontam para retração de 3,1% do PIB em 2016. Segundo a entidade, a indústria continuará retraída, mesmo com o real desvalorizado impactando positivamente nas exportações e na competitividade dos produtos nacionais frente os importados. Referente ao desemprego, a taxa média anual deve atingir 11,5% da População Economicamente Ativa (PEA).

“As expectativas no curto e médio prazo não são boas. O governo federal precisa adotar medidas que freiem a recessão e estabilizem a economia, para que a confiança do consumidor e do investidor seja retomada. Assim, poderemos entrar em um círculo virtuoso. No entanto, as mudanças não acontecem do dia para a noite”, afirma Wilson Périco, presidente do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), estimando queda de 18% no faturamento da ZFM neste ano, comparado a 2015.

Despesas compartilhadas
Em meio a esses e outros indicadores negativos, surge outra máxima: em tempos de crise é que aparecem oportunidades. O modelo ZFM tem reforçado a sua principal característica, que é a cooperação entre as indústrias instaladas no polo. “Para reduzir custos e, consequentemente, tentar frear as demissões, as empresas estão estudando alternativas, como o compartilhamento de despesas com transporte, convênio médico, vales-alimentação e refeição. O poder de negociação com os fornecedores é melhor quando oferecemos maior número de beneficiários”, explica Périco.

Do lado do CIEAM, a entidade segue com seus pleitos junto aos órgãos responsáveis pela administração da ZFM e governos, nas esferas federal, estadual e municipal, visando melhorias na infraestrutura, cumprimento da legislação e outras questões que impactam diretamente na competitividade e desenvolvimento do modelo.

Notícia Corporativa

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Pró-Logística vai insistir com governo Temer para rever tarifas na BR-163 do Nortão ao Pará.

A Medida Provisória do presidente interino Michel Temer (PMDB), que cria o Programa de Parcerias de Investimento (PPI) com a proposta de retirar "entraves burocráticos e excessos de interferência do Estado" nas concessões, deve ser analisada com cautela. O posicionamento é do diretor-executivo do Movimento Pró-Logística em Mato Grosso, Edeon Vaz. “Entendo que o país está sem dinheiro, então, a medida vem em boa hora. Mas vamos aguardar o desenho até o final, avaliar o que é que ele vai propor”. Apesar da cautela, Edeon disse, ao Só Notícias, que vê com bons olhos a proposta do governo de expansão da infraestrutura, com tarifas e preços “adequados”, fortalecendo o papel regulador do Estado. “O que ele (Temer) está falando é que vai trabalhar em cima de Parcerias Público Privadas nessas concessões, trazer recursos para viabilizar essas parcerias”. Edeon defendeu que, principalmente, no caso da BR-163 Mato Grosso, cujo processo de concessão está em andamento, em mais de 900 km de Sinop ao Pará, o repasse à iniciativa privada ainda é a melhor saída. “Nesse caso da BR-163 vamos ter que trabalhar para reduzir o valor da tarifa (do pedágio, que passam de R$ 10 para cada 100 km). Mas a alternativa que vamos para ter a manutenção adequada é mediante a concessão. Sem ela, não se vai conseguir fazer, aguentar o tráfego. Para trabalhar com essa manutenção tem que privatizar”. Com a troca do governo, a tendência é que os leilões previstos para este ano demorem ainda mais sair. Consequência inevitável, segundo Edeon, se for para melhorar os mecanismos de transferência dos trechos. “No caso da Rota do Oeste (que tem a concessão de mais de 800 km da BR-163 de Sinop a divisa com Mato Grosso do Sul), entrou tendo certeza que seria liberado financiamento, investimento que não saiu. Não saiu também em função da Operação Lava Jato, envolvendo a Odebrecht, o que provocou esse atraso na liberação do recurso. Agora vamos ver qual vai ser a leitura desse novo governo disso. O problema é não liberar, o governo, o BNDES...isso só atrapalha não só a concessionária mas a população”. Outras duas rodovias são previstas para serem concedidas em Mato Grosso. Em uma, são 700 quilômetros da BR-364 interligada a BR-060 em Goiás, um estudo econômico-financeiro publicado em dezembro, já apontou necessidade da tarifa de pedágio de ao menos R$ 13,15/km. Na minuta, é destacado que a Garantia da Proposta deverá ser realizada no valor mínimo de R$ 210 milhões e poderá ser prestada em dinheiro, títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária. 21 empresas foram autorizadas, em junho passado, a fazerem o levantamento da viabilidade para concessão de pouco mais de 806 quilômetros da BR-364, ligando Comodoro, em Mato Grosso, a Porto Velho, em Rondônia, devem concluir e apresentar os trabalhos, agora, até o próximo mês de julho. P planejamento aponta a concessão de pelo menos 30 anos. Isso inclui todos os elementos integrantes da faixa de domínio, além de acessos e alças, edificações e terrenos, pistas centrais, laterais e locais, acostamentos, obras de arte especiais e quaisquer outros elementos localizados nos limites da faixa de domínio. - See more at: http://www.sonoticias.com.br/noticia/geral/pro-logistica-vai-insistir-com-governo-temer-para-rever-tarifas-na-br-163-do-nortao-ao-para#sthash.wcDtErI5.dpuf

Entrevista - Presidente da Codesa quer projetos sustentáveis para evitar crise.



A expectativa do setor portuário é de um crescimento médio de cerca de 6% ao ano ao longo das próximas três décadas. Por isso, o presidente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Luis Claudio Santana Montenegro, acha que é preciso impedir que os portos venham a ser, no futuro, um gargalo ao desenvolvimento econômico do país. Ele defende a criação de projetos consistentes e sustentáveis para os portos públicos.

Portogente - O Porto de Vitória passou por expansões recentes, este ano o projeto de dragagem será concluído com aumento do calado e há projetos já tramitando na Secretaria de Portos (SEP) para expansão de terminais arrendados. Qual a configuração portuária hoje do País? Podemos falar em um novo potencial em alguns portos?
Luis Claudio Santana Montenegro - Hoje o setor portuário está vivendo um momento de euforia por novos projetos. Sabemos da necessidade de melhoria da eficiência das instalações portuárias existentes, de ampliação e de criação de novas instalações. A realidade mostra que será preciso uma importante discussão para definir os projetos consistentes e sustentáveis. Nesse aspecto, os portos organizados, em especial no Espírito Santo, contam com uma enorme vantagem competitiva, que são os ganhos de escala quando tratamos de projetos a serem instalados dentro do condomínio portuário.No porto organizado os investimentos são de benefício coletivo, sejam em acessos marítimos, rodoviários, ferroviários, ou em segurança com equipamentos de monitoramento, como o VTMIS(sigla em inglês do Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações), guarda patrimonial, atuação de autoridades aduaneiras, dentre vários outros.

Portogente - O senhor foi responsável pela elaboração do Plano Nacional de Logística Portuária (PNPL) dos 34 portos brasileiros e capitaneou os projetos de inteligência logística portuária do Governo Federal no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Quais ainda as maiores carências logísticas do País? O quanto isso se deve ao poder público e ao setor privado?
Montenegro - Para os Portos Públicos, sem dúvida, a maior carência diz respeito à agilidade e flexibilidade para ocupação de áreas públicas em contratos que são dinâmicos e variam muito com as mudanças de mercado. Mercados esses que podem hoje determinar um arrendamento, mas que também podem se modificar totalmente em 25 anos. Produtos que hoje justificam um contrato de utilização do porto e que podem nem mesmo ter significado econômico no longo prazo. O que as administrações portuárias fazem no mundo todo é administrar com dinamismo a ocupação de áreas - o que chamam de “magnifying” - em modelos em que se tem o domínio do uso dessas áreas, além da busca pela maximização do potencial de utilização do porto.

Portogente - Como o Brasil é afetado por conta ainda da crise econômica mundial, iniciada em 2008? Como ela se reflete na economia nacional e, mais especificamente, no setor portuário do País em termos de movimentação de cargas, expansão e modernização?
Montenegro - O setor de transportes, em que os portos estão inseridos, lida com investimentos de grande magnitude e com maturação em longo prazo. Assim, o planejamento portuário, em sua essência, trata as crises com naturalidade dentro do horizonte de planejamento. A expectativa do setor portuário é de um crescimento médio de cerca de 6% ao ano ao longo dos próximos 30 anos. Assim, todos os projetos não podem ter solução de continuidade em meio à crise, pois, com a retomada do crescimento, será preciso ter capacidade suficiente para que os portos não sejam gargalo ao desenvolvimento econômico do país.

Portogente - Como está o projeto do porto de águas profundas de Vitória?
Montenegro - O Espírito Santo, com sua vocação para o comércio exterior, possui elementos essências para ter, em seu parque de equipamentos logísticos, um terminal de grande porte para cargas gerais conteinerizadas. A tendência de crescimento das embarcações, que chamamos de jumborização, para redução de custos de frete, exige calados e berços maiores, retroáreas com maior capacidade e acesso multimodal. O Estado conta com uma área nobre de influência no Sudeste e Centroeste do país, conta com expertise em comércio exterior, sendo um cluster de empresas, profissionais e instalações logísticas. Além disso, uma importante malha rodoviária e ferroviária e a capacidade governamental para absorver investimentos e projetos logísticos de grande porte. Assim, não há dúvidas sobre o conceito. A única discussão que resta é a de qual projeto terá maior sustentabilidade para que se possa atrair os investimentos e iniciar a execução. Os portos de Vitória e Barra do Riacho se colocam ativos nessa discussão para apoiar as decisões de desenvolvimento do Estado do Espírito Santo.

2º MAIOR INVESTIMENTO DO PAÍS PRESTES A OPERAR.

Com mais de 99,5% das obras concluídas, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) deve iniciar suas operações no próximo dia 5 de junho, segundo informou ao Diário do Nordeste o secretário de Assuntos Internacionais do Governo do Estado, Antonio Balhmann. De acordo com a CSP, a usina está em fase de comissionamento para iniciar a operação, prevista para o próximo mês. No entanto, a empresa não confirma a data exata. Com um investimento de US$ 5,4 bilhões, a CSP é o segundo maior investimento privado de todo o Brasil, sendo também a primeira usina integrada do Nordeste.

O início das operações de uma siderúrgica é simbolizado pelo acendimento do alto-forno, onde o minério de ferro é fundido para produção de ferro gusa. Após esse processo, a usina começará as operações da aciaria, onde o ferro gusa é transformado em diferentes tipos de aço. Quando estiver em operação plena, a CSP terá capacidade para produzir até três milhões de toneladas de placas de aço por ano, que serão destinadas para a indústria naval, de óleo e gás, automotiva e construção civil.

Apesar da queda do preço do aço no mercado mundial, a CSP aposta no baixo custo de sua produção para garantir a viabilidade do projeto. A produção de aço pela CSP engloba outras três empresas (Phoenix do Pecém, Vale e White Martins), responsáveis por insumos inerentes à operação. Todas as empresas estão instaladas na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Ceará, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).

"São quatro empresas trabalhando em regime de compartilhamento, com troca de materiais e de produtos finais. Isso está se dando de forma harmônica, de modo que todos podemos dizer que essa experiência dentro do perímetro alfandegado é o principal momento que temos aqui", disse o presidente da ZPE Ceará, Mário Lima Júnior.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/Bruno Cabral

O EXEMPLO CHINÊS QUE NOS SERVE DE LIÇÃO.

A recém-divulgada operação de compra de 30 navios Valemax, avaliados em mais de U$ 2,5 bilhões, por companhias de navegação chinesas – destinados a transportar, sobretudo, minério de ferro brasileiro – é dessas notícias que nos enchem de frustração e, por que não dizer, raiva. Porém, se bem deglutido, o episódio pode, ao menos, evitar que cometamos novas, digamos, burradas em setores tão fundamentais para o desenvolvimento do país como são a logística e o transporte marítimo.

No momento em que o governo e a Petrobras estudam ou já programam a queima de ativos lucrativos do grupo estatal, seguindo uma "lógica" estritamente financeira, que se limita, por decorrência, a uma perspectiva de curtíssimo prazo, em prejuízo de um planejamento estratégico de longo termo, fazer a correta lição, com base no exame desta operação, passa a ser um imperativo para todos aqueles que tem algum grau de ingerência e responsabilidade na questão.

Sim, porque, neste caso, mais uma vez os chineses estão nos dando um extraordinário e fabuloso exemplo de como o Estado deve se posicionar em prol do desenvolvimento, adotando medidas e estabelecendo diretrizes que permitam novas oportunidades para as suas empresas e, consequentemente, para os seus trabalhadores.

Lamentavelmente, no Brasil, em sentido inverso, vemos o Estado – compelido por uma ideologia que, embora não declaradamente, visa exclusivamente ao interesse do capital, não ao da Nação – desmantelando organizações e, a rigor, sem nenhum exagero ou força de expressão, eliminando não apenas postos de trabalho, mas a real perspectiva de um país mais próspero e promissor para os brasileiros. Eis o que está em jogo.

Conforme noticiado timidamente pela imprensa, em meados de março passado, as gigantes chinesas do transporte marítimo Cosco Group e China Merchants Group, com o apoio do ICBC Financial Leasing Corporation, fizeram encomendas por 30 navios Valemax, capazes de transportar 360 mil toneladas (mais do que o dobro das embarcações categoria Capesize hoje em operação). Um negócio que envolverá quatro grandes estaleiros globais. O objetivo da operação não é segredo: ampliar o controle sobre as exportações de minério de ferro provenientes do Brasil pelas próximas décadas, determinando o frete marítimo neste segmento, com pressão direta sobre os armadores ocidentais.

Em outras palavras, o intuito é controlar o valor dos fretes no comércio marítimo de minério de ferro. A Vale, ciente da importância estratégica deste segmento e do peso da China na importação de commodities minerais, até que tentou ter o domínio deste jogo. A empresa pretendia construir 60 navios do tipo Valemax para atuar neste segmento. Como sabemos, 18 chegaram a ser entregues, a partir de 2010. Porém, quando se iniciava a sua operação, a China proibiu este tipo de embarcação em seus portos alegando forte “impacto ambiental”, uma medida que forçou a empresa brasileira a se desfazer dos navios.

Mas, quem poderia comprá-los? Claro, os armadores chineses, com decisivo apoio governamental. Com empresas nacionais assumindo os navios, o governo chinês não tardou a levantar o embargo à operação dessas embarcações em seus portos, o que ocorreu em junho do ano passado. Nada mais previsível. Dentro do novo contexto, não restou à Vale alternativa a não ser fechar contratos milionários com os armadores chineses para o transporte de seu minério para a China. A propósito, a Vale e a Cosco acabam de firmar um acordo, com duração de 27 anos, pelo qual a armadora chinesa transportará 16 milhões de toneladas de minério produzidos pela companhia brasileira. Detalhe: para tanto, utilizará navios Valemax que haviam sido encomendados pela Vale. Dramática ironia.

Empresa com participação do governo federal, seja diretamente, seja indiretamente por meio de fundos de pensão, a Vale não contou, neste embate, com o apoio do governo brasileiro, e, por isso, o cabo-de-força com os chineses ficou insustentável. A omissão é reveladora da falta de visão estratégica que acomete nosso país. O resultado é que valores monumentais em divisas, na forma de pagamento de fretes marítimos, será transferido à China, ao invés de ficar no Brasil contribuindo para a melhoria da renda nacional.

Infelizmente, o episódio não é um caso isolado. Temos um extenso histórico de medidas – ou ausência delas – que denotam o descompromisso do Brasil com questões estratégicas. Neste exato momento, assistimos inertes aos entendimentos para a queima de ativos do Sistema Petrobras. E, entre esses, figura justamente uma empresa lucrativa, de importância fundamental para o país. A Transpetro fechou o ano de 2014 com faturamento de R$ 7,7 bilhões (os dados referentes a 2015 ainda não estão fechados) e lucro líquido de R$ 905 milhões.

Ora, se o Sistema Petrobras precisa gerar caixa (para fazer frente à queda vertiginosa do barril de petróleo e a um cenário econômico externo adverso), por que deve se desfazer de uma subsidiária lucrativa e estratégica como a Transpetro? Não há lógica que justifique tal medida – a não ser que ela esteja sendo determinada não por critério técnico, mas sim por interesses não declarados, escamoteados por uma crise política artificialmente alimentada. Vale dizer que o faturamento da Transpetro avançou 14% entre 2011 e 2014.

Não custa lembrar que a Petrobras já paga R$ 12 milhões por ano com afretamentos de navios, exatamente porque – devido a razões que até hoje jamais foram devidamente esclarecidas – não tem dado prioridade ao fortalecimento de sua própria frota. Esse valor seria suficiente para a construção das 49 embarcações previstas, há dez anos, no Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) – lembrando que apenas 13 navios do programa foram efetivamente entregues.

Hoje, a frota da Transpetro conta com 54 embarcações, número insuficiente, que leva a Petrobras a ter contratos de afretamentos com 300 navios mundo afora. É dinheiro que sai do Brasil para gerar renda e empregos alhures. Faz algum sentindo se desfazer da Transpetro, em vez de fortalecê-la, para que as nossas divisas não sejam destinadas ao pagamento de fretes no exterior?

Severino Almeida é Presidente do Sindmar – Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante

GOVERNO TEMER E A INDÚSTRIA NAVAL.

Com o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff e a posse de Michel, interinamente. e ignorando a disputa e a polarização política, como brasileiro senti uma mistura de esperança e apreensão.

As perguntas que nao se calam:

Como irá se comportar esse novo governo temporário em relação à indústria Naval: sentiremos falta do protecionismo do PT, que incentivava a construção local de navios, sondas, petroleiros, FPSO's e equipamentos?

A lava-jato teve um imenso impacto negativo nos projetos das sondas da Sete Brasil, que teve seu financiamento pelo BNDES bloqueado pelo Ministério Público, no mesmo período em que o valor do barril de petróleo despencou, postergando investimentos em exploração, e tornando a oferta das sondas muito superior à demanda. Houve impacto no resultado e caixa da Petrobras, assim como em seu grau de endividamento. Grandes empreiteiras envolvidas em novos estaleiros continuam sofrendo as consequências, aliás, justíssimas, que fique bem claro. Ficou complicada a operação dos mesmos. Demissões em massa ocorreram. Hoje, nossa indústria emprega cerca de 50.000 pessoas, segundo últimos dados do SINAVAL.

A demanda da Petrobras na parte de Produção de petróleo continua. Uma das poucas que está aumentando a quantidade de barris produzidos no momento. Mas os resultados financeiros continuam muito ruim. As únicas petroleiras do mundo, que estão com uma curva de resultado financeiro distoante da curva de preço do barril de petróleo, são as que investiram em refinarias e distribuição. As vendas de combustível e lubrificantes estão dando maiores margens de lucro. Interessante que o investimento feito pela Petrobras nessa área foi taxado pelo mercado e pela opinião pública de "megalomaníaco", e se tivesse ido em frente, o resultado da Petrobras seria muito melhor nesse momento.

Saindo um pouco do cenário, e voltando à demanda da Petrobras, a sede por mais FPSO's, Petroleiros e Gaseiros permanece. Muitos poços já foram explorados, e para aumentar a produção, e gerar caixa, a empresa precisa saciar essa sede o mais rápido possível. Para cumprir seu cronograma de crescimento de produção, e com os problemas em alguns estaleiros, juntamente ao problema na obtenção de novos financiamentos, algumas encomendas foram transferidas para o exterior (China). Com o enfraquecimento do PT , que fomentava essa produção local, chegando até a impactar nos planos da maior estatal brasileira, essa mudança de planos não sofreu resistência. Aliás, o mercado tende a apoiar a Petrobras nessa "briga" e os meios de comunicação que apoiavam a mudança de governo íam na mesma linha. Triste ver a demissão de tantos trabalhadores sem o menor grito da mídia, que, aliás, é a mesma que divulga e critica o aumento dos índices de desemprego.

Como o PMDB fazia parte do governo PT, quando se incentivou a indústria naval no início desse século, inclusive nomeando o antigo presidente da Transpetro (Sérgio Machado), que criou o PROMEF e gerou encomendas ao Estaleiro Atlântico Sul, Vard Promar e EISA, havia um pouco de esperança no ar.

Nas relações exteriores, foi nomeado o ministro José Serra, oriundo de um partido com histórico de privatizações e ojeriza ao envolvimento do Estado na indústria, através de suas estatais. Por ele, abre-se o mercado todo para os estrangeiros. A discussão da lei que obriga a Petrobras a ser a operadora dos campos do Pré-Sal ganhará força. Ainda não tenho opinião formada sobre esse assunto:

Ao abrir: desobriga a Petrobras a se envolver em todos os campos (até nos mais arriscados e menos rentáveis), que no curto prazo ajudaria o caixa e a eficiência da empresa, e teoricamente, atrairia as petroleiras estrangeiras. Como o Estado só pode influenciar na Petrobras, as gringas farão o que bem entender no respeito à contratação de FPSO, petroleiros e navios de apoio. Logicamente, respeitando a lei do REB, conteúdo local estipulado pela ANP (governo) e bloqueios de embarcações de bandeiras brasileiras. No nordeste, essa condição de operador único não existe. No Round 11, inúmeros campos foram arrematados pela Premier-Oil, Chevron, Exxon, Total, BG, dentre outras e a evolução no desenvolvimento dos mesmos pouco se nota. O fato é que algumas delas chegam a ter um funcionário apenas no Brasil, enquanto as "grandes" tem em torno de 1 mil.

Mantendo a condição de operador da Petrobras pode ser uma grande tacada para o médio/longo prazo, quando o barril se estabilizar na casa dos 60/70 dólares, como preveem os "especialistas". O caixa da empresa vai sofrer no curto prazo. As petroleiras mais experientes, sempre estão junto à Petrobras nos campos mais rentáveis (Libra por exemplo). Ao lado dela, que sabe navegar em nosso peculiar país, tudo anda mais rápido. Licenças ambientais são obtidas no prazo, pois está familiarizada ao processo junto ao IBAMA. Isso pode durar quase 2 anos nas maos de uma BG por exemplo (Barreirinhas). Além de forçar o governo a investir em infra-estrutura, já que o mesmo faz parte do conselho administrativo da empresa.

Difícil escolha. Há prós e contras.

Fabricantes de equipamentos que oferecem seus financiamentos estão levando vantagem. Sofrem os que foram penalizados por abrir fábricas no Brasil, especialmente os que ganharam contratos das sondas da Sete Brasil. Os fabricantes locais estão fechando as portas. Impossível competir com os líderes de mercado, que ainda vem munidos de financiamento. Aliás, assim deve ser! BNDES deveria financiar empresas brasileiras apenas, como o GIEK ajuda os noruegueses por exemplo. Por muitos anos, o BNDES através do FMM, financiou equipamentos e pacotes importados, e ninguém reclamava. Isso foi ajustado, corretamente. Quando o BNDES financia a Odebrecht num projeto em Cuba, a mídia e a oposição acham um absurdo.

Estamos financiando comunistas!

Mas quando o banco de desenvolvimento chinês faz o mesmo junto à Petrobras, ou quando o banco japonês tenta salvar os fornecimentos das empresas japonesas junto ao Enseada, ou os de Cingapura fazem o mesmo com Jurong e Keppel, todos se calam.

Obviamente, respeitando-se a idoneidade e éticas do relacionamento. Coisas que podem não ter acontecido na relação Odebrecht junto ao governo e BNDES. Aliás, é por isso que a empreiteira financia campanhas dos principais partidos, e esse interesse e transparência pouco é cobrada por nós eleitores e cidadãos.

O recém empossado Meirelles (Ministro da Fazenda) já fala em abrir nosso mercado e ser menos protecionista...sinceramente, espero que ele não esteja falando da construção naval!

Das encomendas de navios pelo mundo, o país com o melhor desempenho atual, incomparável com o segundo lugar (Coréia), e mesmo em queda, trata-se da CHINA, onde o governo é protecionista ao extremo! Financia. Estimula, Cria clusters. Tem METAS. Conteúdo local na casa dos 80%, controle dos valores do aço (pra não perder competitividade e um SONHO aqui no Brasil). Força as empresas estrangeiras a se instalarem por lá. Força a transferência de know-how. Não à toa, a Coréia também tem atuação do Estado.

Isso se explica na capacidade de movimentação da Economia, que uma produtiva indústria Naval proporciona. Empregos diretos e indiretos, arrecadação de impostos, e até o comércio ao redor (hotéis, restaurantes, etc).

Enquanto eu permanecia receoso, vários amigos de nossa indústria naval, torciam pelo impeachment. Vi muitos comemorarem o afastamento da Dilma. Gostaria de ter a certeza que isso beneficiará nossa indústria! Espero que o PMDB se lembre dos tempos áureos de nossa indústria, e volte a apoiar, que é o que mais precisamos AGORA!

Paralelamente, a oferta do petróleo vai se ajustando à demanda global. Quem sabe os Sauditas não se acertam com os iranianos, numa redução proporcional coletiva de produção? Tudo o que nossa indústria precisa é uma valorização do ouro negro.

Boa sorte a todos nós!


Gustavo Pedreira é CEO e fundador da Status Offshore

SETOR PORTUÁRIO CRESCE 2,9% NO PRIMEIRO TRIMESTRE.

O setor portuário brasileiro (portos organizados e terminais privados) movimentou 230,9 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2016. Isso representa um crescimento de 2,9% em relação ao mesmo período de 2015, quando foram movimentados 224,7 milhões de toneladas.

No primeiro trimestre de 2016, os portos organizados movimentaram 82,3 milhões de toneladas de carga bruta. Os Terminais de Uso Privado (TUPs), 148,6 milhões de toneladas brutas. Os dados são da Gerência de Estatística e Avaliação de Desempenho da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

De acordo com o levantamento, a movimentação nos portos organizados apresentou acréscimo de 4,8% no primeiro trimestre de 2016, quando comparado com o mesmo trimestre de 2015, quebrando uma sequência apresentada nos últimos trimestres, na qual os TUPs vinham registrando taxas de crescimento superiores. Enquanto isso, nesse primeiro trimestre de 2016, os terminais privados apresentaram um aumento de 1,9% comparado ao primeiro trimestre de 2015.

Após apresentar queda de 3,1% no comparativo do primeiro trimestre 2014/2015, a movimentação de cargas nos portos organizados obteve uma recuperação no primeiro trimestre de 2016. "Isso aconteceu devido ao bom desempenho das commodities agrícolas, como a soja, crescimento de 47,6%, e o milho, incremento de 180,7%", apontou o gerente de Estatística e Avaliação de Desempenho da Antaq, Fernando Serra.

No primeiro trimestre de 2016, os destaques entre os grupos de mercadoria de maiores movimentações no setor portuário foram: grupo de minérios (93,7 milhões de toneladas, acréscimo de 5,1%); sementes, grãos e frutos (16,5 milhões de toneladas, acréscimo de 38,9%); e cereais (10,3 milhões de toneladas, com 60,7% de aumento).

Os dez principais portos organizados movimentaram 71,3 milhões de toneladas. Isso corresponde a 87% da movimentação total dos 33 portos organizados que registraram operação no trimestre. Os destaques no crescimento de movimentação foram Santarém (+ 102%), no Pará; Paranaguá (+ 21,2%), no Paraná; e Rio Grande (+ 18,9%), no Rio Grande do Sul.

"O Porto de Santarém passou a integrar pela primeira vez o grupo dos dez maiores portos organizados em movimentação de carga nesse trimestre, especialmente devido ao grande crescimento nas commodities agrícolas. Soja e milho foram os responsáveis pelos aumentos significativos na movimentação, 102% e 119%, respectivamente, quando comparados ao primeiro trimestre de 2015", explicou Serra.

A movimentação de carga nos terminais de uso privado cresceu, no primeiro trimestre de 2016, alavancada por maiores movimentações de minérios, cereais, sementes e grãos. O maior destaque entre os terminais privados é o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA), que, na comparação com o primeiro trimestre de 2015, teve alta de 32,1%, um aumento de 8,3 milhões de toneladas.

Navegação

A navegação de longo curso foi a mais representativa, com 73,5% do total de cargas movimentadas no primeiro trimestre de 2016. Em seguida, tem-se a cabotagem (21,9%), navegação interior (4,2%), apoio marítimo (0,3%) e, por fim, a navegação de apoio portuário (0,2%).

A movimentação de cargas ligadas ao longo curso, na comparação com o mesmo trimestre de 2015, avançou 4,2%, movimentando 169,6 milhões de toneladas. Em relação à cabotagem, houve uma queda de 2,9% na movimentação, com 50,8 milhões de toneladas.

Já a movimentação portuária, via navegação interior, apresentou 9,7 milhões de toneladas, aumento de mais de 16%. "Esse bom desempenho se deve ao crescimento de 138,2% no grupo dos cereais, bem como a boa performance do grupo de sementes e frutos oleaginosos, que registrou aumento de 18% no primeiro trimestre desse ano, quando comparado ao mesmo período de 2015", detalhou o gerente.

Fonte: Antaq

LEILÃO DO TERMINAL DE PASSAGEIROS DO RECIFE SERÁ EM 31/8.



O leilão do Terminal de Passageiros do Recife será realizado no dia 31 de agosto na sede da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em Brasília. O edital e seus anexos podem ser obtido no site da Antaq (www.antaq.gov.br), ou na sede da agência em Brasília/DF.

A data foi confirmada na última terça-feira, 17/5, em reunião entre o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), Moreira Franco, e diretores das agências reguladores de transportes, incluindo o diretor-geral substituto da Antaq, Fernando Fonseca.

O prazo de arrendamento será de 25 anos, prorrogável por, no máximo, igual período. Durante o próximo quarto de século, a previsão é de que 963.318 passageiros utilizem o terminal na soma de embarque, desembarque e trânsito.

Além da movimentação de passageiros no terminal, o vencedor do leilão vai receber suas receitas também por meio do aluguel de espaço de curto e longo período e pela cobrança do estacionamento.

O antigo Armazém 7 é o prédio de três pavimentos destinado às atividades de embarque e desembarque de passageiros, despacho e recebimento de bagagens, controle de migração e operações alfandegárias. Ele terá serviços para dar mais conforto a seus visitantes como restaurantes e lojas de conveniência.

Mas o terminal não se restringe a ele. Tem uma área total de 23.405 metros quadrados, dividida em: circulação, área verde, armazém 8 e armazém 7. O Porto de Recife S.A. e o Governo Federal investiram R$ 28,1 milhões, com a adaptação do Armazém 7, a construção do Anexo “Sala Pernambuco” e a pavimentação/urbanização para implantação do estacionamento da área portuária.

A estimativa é de que o empreendedor obtenha uma receita total de R$ 105 milhões ao longo do contrato. Para isso, o futuro arrendatário deve se comprometer a investir cerca de R$ 4,4 milhões em equipamentos.

Fonte: Ascom/Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil

ANTAQ REALIZA LEILÃO DO TERMINAL MARÍTIMO DE PASSAGEIROS DO PORTO DE SALVADOR.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ realizará leilão da área do Terminal Marítimo de Passageiros e Receptivo Turístico do Porto de Salvador. O leilão será realizado em 24 de maio (terça-feira), às 10h, no auditório da sede da Autarquia (SEPN Quadra 514, Conjunto "E", Edifício ANTAQ, na Asa Norte), em Brasília – DF.
O terminal tem uma área construída de 7.678,92m², dividida em três pavimentos. E, além das áreas para embarque e desembarque de passageiros, despacho e recebimento de bagagens, controle de migração e operações alfandegárias, também contará com serviços para os usuários, como restaurantes e lojas de conveniência. O futuro arrendatário deverá aportar cerca de R$ 7 milhões em investimentos no terminal.
O edital de licitação e seus anexos estão disponíveis no site da Agência (www.antaq.gov.br) e também podem ser consultados na sede da Autarquia, em Brasília (DF).
Credenciamento da imprensa
Para cobertura do evento, será necessário credenciamento prévio da Imprensa. Os jornalistas devem preencher o formulário disponível no link https://www.antaq.gov.br/Portalv3/PIL1_Terminal_Passageiros_SSA_2016/FormularioCredencial.aspx até às 17h do dia 23/05/2016. As credenciais serão retiradas no local, no dia do leilão (24/05), a partir das 9h.
Fonte: Antaq

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Estão desmontando a Previdência Social!.



Sérgio Pardal Freudenthal, advogado especialista em direito previdenciário

O governo provisório que se instalou não apenas ameaça com novas reformas na Previdência Social, como também, de uma canetada só, desmontou o sistema previdenciário brasileiro. Se não houver alguma resistência, depois será muito difícil reestruturar o Seguro Social.

Sobre as propostas reformistas este blogueiro já falou bastante. O limite de idade para as aposentadorias já está na lei: explicitamente nos regimes próprios dos servidores públicos e, no Regime Geral (INSS) através do fator previdenciário (FP) e da somatória 95/85. A ideia de desvincular o piso dos benefícios previdenciários do salário mínimo é absolutamente indecente e fere cláusulas pétreas da Constituição Federal.

Porém, o pior de tudo é que, com a desculpa de redução dos ministérios, distribuíram a Previdência Social de forma reacionária e vil, igualzinho à ditadura militar de 1964. O INSS, autarquia importante e histórica para os trabalhadores brasileiros, foi entregue a um tal de Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, e o resto da Previdência (inclusive retirando o Social do termo) foi para o Ministério da Fazenda.

Parece que a tecnocracia, cada vez mais firme no Planalto, quer transformar a Previdência Social em apenas números, como se assim pudessem ocultar os acidentes do trabalho que continuam ocorrendo e as condições laborais que exigem as aposentadorias especiais.

A estrutura conjunta com o Ministério do Trabalho ainda representava a garantia dos trabalhadores segurados, tanto através de benefícios quando necessários como também com necessárias fiscalizações sobre as condições de trabalho a que estão submetidos. Tal desmonte representa grave desprezo pelo Seguro Social construído em um século.

Sérgio Pardal Freudenthal

Desemprego na América Latina.

Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)

As graves dificuldades para sustentar o crescimento econômico e os empregos estão no núcleo do capitalismo e afetam todos os países. As causas são diversas e complexas e muitas das saídas encaminhadas pelos neoliberais agravam as desigualdades e colocam os países em crises sociais. Os trabalhadores sofrem as consequências com o fechamento dos postos de trabalho, o arrocho salarial e o desmonte das políticas de promoção e proteção social. A ordem dominante, mais uma vez, protege os ricos e a riqueza.

O desemprego chegou para ficar por um bom tempo também na América Latina, é o que indica o estudo “Panorama Laboral 2015 – América Latina y el Caribe”, documento da Oficina Regional da Organização Internacional do Trabalho que analisa a performance do mercado de trabalho na região. A desaceleração e perda do dinamismo econômico afetam fortemente os empregos desde 2014. A taxa média de desemprego aberto na região continuou aumentando, passando de 6,2%, em 2014 para 6,7%, em 2015, acrescentando mais 1,7 milhões de pessoas sem ocupação, resultado de um recuo de 0,3% no nível de atividade econômica.

Inverte-se estruturalmente a tendência anterior de redução do desemprego, aumento da proteção social e melhoria da qualidade dos postos de trabalho. Desde 2013, a ocupação já caiu 2,9 pontos percentuais (p.p.), quando, por exemplo, na crise de 2008/2009 a queda foi de -1,8 p.p..

Há desigualdades, pois enquanto a taxa de desocupação para as mulheres foi de 8,2% em 2015, para os homens correspondeu a 5,9% e para os jovens atingiu a casa dos 15,3%.

O espelho retrovisor mostra que no passado recente o crescimento econômico continuado gerou postos de trabalho e fez diminuir o desemprego. Os jovens passaram a contar com o apoio familiar e com políticas públicas para se dedicarem ao estudo, deixando de pressionar o mercado de trabalho, e aumentando sua qualificação educacional. Os postos de trabalho ganharam qualidade, diminuiu a precarização, o assalariamento com registro cresceu e reduziu o número de ocupações informais. O nível de proteção laboral dos postos de trabalho aumentou, principalmente onde há organização sindical ativa e valorização da negociação coletiva.

Políticas de proteção da base salarial por meio da valorização do salário mínimo contribuem para o incremento da massa salarial entre aqueles que ganham menos e fortalecem, com os empregos, o mercado interno de consumo. A existência desse conjunto de fatores por vários anos dinamizou a demanda das famílias e sustentou a atividade produtiva.

Trabalho protegido, salários crescendo, desemprego em queda, redução da informalidade e da precariedade do trabalho, combinados com políticas de proteção e promoção social, vinham atuando para reduzir a miséria, a pobreza e a desigualdade, gravíssimos problemas latino-americanos.

Infelizmente, mais uma vez, o tempo histórico dessa dinâmica favorável do emprego está ficando para trás. Os sinais em nosso continente são de novos ajustes conservadores e concentradores de renda e riqueza, de aumento das desigualdades, do desemprego e do arrocho salarial. É da lógica do capitalismo garantir a riqueza dos ricos, sejam pessoas, empresas ou países. As décadas e os séculos passam, o mundo se transforma, a base produtiva se expande, a capacidade de gerar bem-estar e qualidade de vida para todos aumenta, porém o que fica para a classe trabalhadora é o gosto amargo da desigualdade e da injustiça frente a tantas possibilidades. Felizmente tudo é história, pois é resultado da ação humana, o que abre sempre a possibilidade de outro jogo social, conduzindo-nos à luta como uma exigência ética permanente.

Clemente Ganz Lúcio

Encontro com despachantes aduaneiros no Aeroporto de Manaus.



A Infraero reuniu nesta terça-feira (17/5) cerca de 40 despachantes aduaneiros para um brunch de negócios no terminal de logística de carga (Teca) do Aeroporto Internacional de Manaus/Eduardo Gomes (AM). O objetivo foi apresentar aos profissionais o novo modelo de negócios da empresa na prestação dos serviços no modal.

“Queremos estreitar ainda mais o relacionamento com esse importante elo da cadeia de negócios”, afirmou o gerente de Negócios em Logística de Carga do Aeroporto de Manaus, Nilson Teixeira de Melo. Os despachantes aduaneiros são os representantes legais das empresas importadoras que atuam no terminal de cargas.

Durante o evento, o gerente de Prospecção e Fidelização da Infraero, Natan Machado de Campos Neto, fez uma apresentação detalhando o processo logístico e as possibilidades de flexibilidade negocial com os clientes. “Queremos apresentar aos nossos clientes e parceiros uma nova postura comercial, mais compatível com as expectativas e necessidades do mercado, com maior flexibilidade e oportunidades de gerar resultados para todos. Neste contexto, os despachantes são parte fundamental do processo. Queremos, cada vez mais, fortalecer esta parceria”, afirmou.

Natan também destacou a assessoria personalizada que é oferecida para as empresas que atuam nos Teca Infraero. Trata-se de um acompanhamento por meio de relatórios de desempenho operacional e financeiro, além de análise de toda a cadeia logística do importador, apresentando pontos e oportunidades de melhoria. “A assessoria gera melhorias no desempenho, redução de tempo e custo e aumento de segurança, entre outras vantagens”, ressaltou.

No encontro, os despachantes puderam ainda conhecer de perto o complexo logístico e os sistemas automatizados de armazenamento de cargas. “As novidades que a Infraero tem implementado na cadeia logística facilita bastante o atendimento às empresas, que hoje em dia não trabalham mais com grandes estoques, mas sim com o perfil Just in Time. Além disso, fiquei surpreso com a grandiosidade dos novos equipamentos investidos aqui, como os transelevadores, que não deixam a desejar para nenhum aeroporto da América Latina”, destacou o representante da Unimar Despachos, Egberto Bonfim.


Redação Portogente