quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Portos automatizados e seguros.

No último mês de setembro, o Porto de Santos atingiu o movimento de 100 milhões de toneladas em doze meses. Tem que comemorar, é claro, mas ninguém parou de trabalhar por isso. Segue “a todo vapor” ou “a máquina plena” dia e noite a faina portuária. E a segurança, como fica? Comentamos no texto anterior que, por conta de uma semana com feriado “emendado” e muito mau tempo, os acidentes nas estradas caíram.  Parece lógico, menos carros circulando, menos acidentes. Nessa linha de pensamento, carro zero na estrada zero acidentes. Mas de que serviria a estrada então? O que se quer, sim, é que o tráfego seja seguro, as pessoas possam transitar e chegar preservadas aos seus destinos. É raro pensar “tive sorte, não sofri acidente porque não viajei”, a menos que perca o avião que se acidentou. Se não tem um motivo evidente, quase ninguém pensa nisso, apenas aqueles que têm responsabilidade e atenção ao processo. E no porto, vale a mesma regra? Felizmente, mais produção não se traduz em mais acidentes. Podemos creditar esse bom resultado em primeiro lugar ao próprio trabalhador, principal interessado em realizar suas tarefas e voltar para sua casa física e mentalmente íntegro. Mérito também para as equipes de segurança, que se desdobram em atuar na prevenção, alertando para as situações de risco potencial. Contrapondo-se ao “comigo isso não vai acontecer”, não acontece mesmo na maioria das vezes, pois o alerta das equipes de segurança é fundamental. Comemora-se discretamente o recorde de produção sem recorde de acidentes. Mereceria uma manchete também. Os terminais investem maciçamente em automação, aumentam a produção sem aumentar o contingente de pessoal. Daí a segurança? Parece lógico, mas nem sempre é assim.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Apagões de logística ainda causarão muitos transtornos e prejuízos

O acidente no Aerporto de Viracopos, em Campinas (SP), foi apenas o apagão mais recente ocorrido no País. Mas a lista de apagões que expõe a fragilidade  e as consequências dos problemas logísticos brasileiros é enorme. Apagões de energia elétrica , de rodovias ,ferrovias  e portos  estão entre os destaques que batem na porta da falta de investimento por anos a fio que o Brasil enfrentou e ainda enfrenta, disse ao Portogente o especialista em infraestrutura da Fundação Getulio Vargas (FGV), Armando Castelar. "Os investimentos estão aquém do necessário há muitos anos. Investimos 2% do PIB, quando o mínimo necessário seria o dobro".

Brasil vai mal nas exportações.

As exportações brasileiras perdem espaço na proporção das vendas mundiais, principalmente os produtos manufaturados, de maior valor agregado. No período entre 2005 e 2011, esse tipo de exportação caiu de de 0,85% para 0,73%. O país só mantém a estabilidade no ranking de maiores vendedores internacionais por causa do crescimento das exportações de produtos básicos (commodities). É o que revela estatística do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) sobre números da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ao analisar dados de 2005 a 2011, o Iedi constatou que, depois da crise financeira de 2008, coube ao Brasil o papel de “mercado dinâmico” para as vendas de países que souberam preservar condições de agressividade como exportadores. De 28º no ranking dos países que mais compraram, em 2005, o país evoluiu para o 21º lugar no ano passado, quando importou o equivalente a US$ 237 bilhões, passando de uma participação de 0,72% para 1,3% das compras totais do mercado mundial. Enquanto isso, o Brasil manteve patamar similar, de 23º para 22º lugar no ranking das exportações globais, com vendas de US$ 256 bilhões no ano passado, o que correspondem à participação de 1,4% das vendas totais, contra participação de mercado de 1,3% em 2005. O nível foi mantido com o aumento de vendas de produtos básicos – agropecuários e minerais, principalmente – enquanto as exportações de produtos manufaturados caíram, no período, de 0,85% para 0,73% na participação mundial. Em contrapartida, as importações manufaturadas mais que dobraram  no período em análise. O Brasil comprava apenas o equivalente a 0,69% das vendas mundiais de máquinas e equipamentos, em geral, e, no ano passado, essa participação aumentou para 1,37%. De 31º no ranking dos países que mais importavam produtos manufaturados, em 2005, o país evoluiu para 21º e, de 27º lugar dentre os  países que mais vendiam tais produtos, naquele ano, caiu para 30%. A análise técnica do Iedi ressalta que a inserção brasileira no comércio mundial está atrelada a mudanças na concorrência internacional, que ficou mais restritiva depois de 2008. Somado a isso, fatores domésticos como a valorização do real e outras condicionantes da baixa competitividade brasileira concorreram para o aumento das importações e redução da posição nacional no mercado externo. O Iedi destaca a importância das medidas que o governo vem adotando para a proteção do câmbio, para a redução de impostos e diminuição de custos, como a anunciada redução da tarifa de energia elétrica, investimentos em logística e facilidades de financiamento. As ações são relevantes e precisam ser mantidas, segundo o Iedi, pois seus efeitos só se farão sentir a médio e longo prazo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Benefícios da hidrovia.

Entre os benefícios destacam-se a redução do número de caminhões nas estradas, diminuindo os acidentes e mortes no trânsito, a geração de novos postos de trabalho e a redução dos custos para transportar a produção agrícola de Mato Grosso. “O Brasil não pode desperdiçar esta oportunidade, a hidrovia é o modal mais barato e eficiente. E isto pode garantir ao país despontar como um grande player no cenário mundial da produção de grãos, carnes e fibras. Além dos benefícios para a produção agropecuária, o transporte pela hidrovia vai permitir ainda que produtos industrializados cheguem mais baratos ao consumidor final, são itens, como, por exemplo, móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, produzidos na Zona Franca de Manaus, que abastecerão o mercado consumidor de Mato Grosso a um preço menor do que atualmente. Além do custo menor, as hidrovias são menos poluente, pois um comboio com 15 barcaças equivale a 1.050 caminhões. Isto representa menos emissão de CO² (dióxido de carbono), que são gases que causam o efeito estufa.

O potencial hidroviário pouco explorado no Brasil.

Todos os profissionais que trabalham com logística estão cansados de ouvir ou dizer que o transporte hidroviário é seguro, barato e eficiente, entre outras vantagens . É, ainda, uma importante alternativa para os eternos congestionamentos nas rodovias brasileiras causados pelas grandes safras de grãos. No entanto, a maior parte das hidrovias e terminais fluviais continuam subutilizados.
O transporte hidroviário deve ser visto com maior carinho por investidores e autoridades, afinal garante um impacto econômico importante para o País diante da redução do custo dos fretes. Será que o lobby rodoviarista  continuará predominando por muito tempo?

Dia do Estivador: o que comemorar?

Cada vez é maior a presença de trabalhadores com vínculo empregatício por tempo indeterminado entre os estivadores e este número tende a crescer. Esta é a pressão dos operadores portuários e é este o caminho que o pacotão do governo para o setor portuário parece indicar. Desta forma, em mais um 18 de outubro, Dia do Estivador, o que estes profissionais, que vêem a riqueza da nação passar por suas mãos, têm a comemorar? Será que há o que comemorar?

Estiva e MPT ainda discutem descanso de 11 horas

O Sindicato dos Estivadores e o Ministério Público do Trabalho (MPT) reúnem-se novamente nesta sexta-feira (19) para  tentar pôr fim à novela que virou o descanso entre jornadas  da categoria no Porto de Santos. Para o MPT, os estivadores são obrigados a descansar 11 horas entre turnos. Já a categoria afirma que a imposição do MPT causa prejuízo para os trabalhadores, se não forem observadas exceções à atividade.

Greve dos Portuários.

Portuários podem parar Porto de Santos em novembro A categoria quer um posicionamento em definitivo da Companhia docas do Estado de São Paulo (Codesp ) sobre a implantação do programa de reestrturação dos cargos e realinhamento salarial, caso contrário não descarta a possibilidade de paralisar as atividades no maior porto da América Latina em novembro. A estatal enviou o projeto elaborado por seus técnicos, em parceira com sindicalistas, para a Secretaria de Portos (SEP). Os portuários aguardam  a adoção da proposta há anos, sem sucesso. "Vamos chamar a categoria para uma assembleia na terça-feira (23) para traçar nossa estratégia. Porque, o que não pode, é o trabalhador ficar nessa expectativa e as autoridades fazendo pouco caso", reclamou ao Portogente o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da  Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino. 

Exportações

Enquanto as vendas de produtos do Brasil para o mundo estão em queda de 4,9% neste ano, as exportações para os EUA cresceram 10,9% entre janeiro e setembro de 2012 em relação ao mesmo período em 2011, segundo cálculos do Observatório Brasil-Estados Unidos, da Confederação Nacional da Indústria, divulgados ontem. "Os Estados Unidos são o segundo maior destino de produtos brasileiros, atrás apenas da China; mas são muito importantes do ponto de vista qualitativo, porque 90% dos produtos importados pela China são básicos, enquanto 48% dos produtos importados pelos EUA são manufaturados", disse ontem Tatiana Prazeres secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, durante plenária do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu). Já as importações dos EUA para o país recuaram 3,9%. Com isso, o deficit comercial Brasil-EUA nos primeiros nove meses do ano encolheu 48,4% -saiu de US$ 6,2 bilhões de janeiro a setembro de 2011 para US$ 3,2 bilhões. "Precisamos estimular as exportações para os EUA promovendo investimentos americanos aqui. Hoje, 40% do comércio é intrafirmas", disse Welber Barral, presidente da Coalizão de Indústrias Brasileiras, o lobby das indústrias do Brasil nos EUA.

Fonte: Folha.com

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Líder.

O líder na logística passa a ter um papel de protagonista principal na organização. A cadeia de suprimento abrange, além dos setores internos de uma empresa, fornecedores, clientes e empresas terceirizadas. Nesta situação, o desenvolvimento da liderança é essencial para obter resultados da equipe. As equipes podem estar compostas de pessoas de diversos setores, formações e empresas, aumentando ainda mais a necessidade de uma liderança eficiente. Também associado à liderança está o bom relacionamento pessoal. Ao estar em contato com um enorme número de profissionais nos diversos pontos da cadeia, consegue-se aumentar a eficiência do trabalho tendo um bom relacionamento profissional com todos. A liderança exercida deve motivar as equipes a obter mudanças organizacionais que levem a novos patamares de produtividade, custos e agilidade.

Conhecimento

Os processos logísticos estão fortemente interligados com diversas outras áreas da empresa e com os processo da cadeia de suprimento. A otimização dos processos e a adequação do serviço pela logística a outros setores só ocorrerá com uma visão gerencial e organizacional ampla. Um processo pode parecer ótimo em uma visão limitada da logística, mas ao verificar os efeitos na cadeia como um todo, pode-se determinar que as alternativas seriam melhores. O profissional deve investir em um treinamento mais amplo do que apenas questões técnicas da logística, voltado a um conhecimento da organização com um todo e de ferramentas gerenciais modernas. Além disso, passam a ser valorizados os profissionais que possuem uma formação em logística, mas tiveram a oportunidade de atuar em setores diferentes, adquirindo assim uma visão mais abrangente da realidade de uma organização.

Visão.

O movimento de materiais através de fronteiras cresce exponencialmente há muitos anos. Isto, aliado à velocidade e facilidade da comunicação global, cria novos desafios para o profissional da logística. Saber inglês não é um diferencial, é um requerimento mínimo. Conhecer de outros idiomas, entender e respeitar outras culturas, e acompanhar os acontecimentos mundiais são um diferencial para o desempenho do profissional nas cadeias de suprimento globais.

Profissional de logística!

Além do conhecimento técnico em sua área de atuação, o profissional de logística deve ter algumas características adicionais para seu bom desempenho. Já se foi a época na qual o profissional ficava fechado dentro de um armazém, cuidando da captura de dados e lidando com pessoas com pouca formação. A logística passou a representar um setor estratégico para muitas empresas, as quais estão investindo em uma melhor formação dos profissionais em todos os níveis da cadeia de suprimento.