quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ceará terá plano contra gargalos na exportação.

A Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CCE-CE) irá concluir, ainda esta semana, um plano de ação a ser apresentado ao Governo do Estado para que este possa resolver os gargalos que hoje, segundo a própria entidade, emperram as exportações cearenses. O plano deverá indicar o que deve ser feito e que instituições do quadro estatal deverão ser responsáveis pelas ações. De acordo com o secretário executivo da CCE-CE, Roberto Marinho, um documento apresentando tais gargalos às vendas cearenses ao exterior já foi elaborado e entregue ao governo. Para a Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CCE-CE), falta também uma logística mais eficiente para a África e a América do Sul "Na última reunião que tivemos, na Federação das Indústrias, contamos com a presença do titular da Assessoria para Assuntos Internacionais do Governo do Estado, Hélio Leitão, e representantes da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), Conselho e Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Cede e Adece). E, de lá, saiu a resolução de fazermos um plano de ação para oferecer ao governo para superação. Vamos indicar o que achamos que deve ser feito, passo a passo, e com a interveniência de quem", explica Marinho. O secretário executivo adiantou que uma das ações de plano deverá ser apresentada para implementação já durante os Encontros de Comércio Exterior (Encomex 2013), a ocorrer em Fortaleza, no Centro de Eventos do Ceará (CEC), no dia 19 de setembro. O evento é organizado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)."Tem medidas muitos simples, como a participação em feiras internacionais com estrutura. É preciso não só estar lá, mas ter um guarda-chuva institucional para as empresas que vão participar. Essa deverá ser uma das primeiras medidas a serem apresentadas", diz.
Promoção dos produtos
Conforme Marinho, a ausência de promoção dos produtos cearenses no exterior é um dos grandes gargalos para as nossas exportações, e está listado no documento já apresentado."Eu preciso promovê-los para que o mercado os conheça e, com isso, gere uma demanda. Se não há exposição, não haverá demanda". Entre outros problemas, ele cita também a ausência de uma política de comércio exterior do Governo do Estado e de uma logística eficiente para África e própria América do Sul. "Pra África é mais gritante ainda, pois eu tenho três horas de avião até Cabo Verde, enquanto que, de navio, são 40 dias. Por força disso, está sendo criada uma linha direta de Fortaleza com Cabo Verde, com conexões para a África. Isso está na reta final das articulações pra que a gente possa apresentar", afirma. O anúncio do plano foi realizado ontem, na sede da Fiec, durante o lançamento oficial do Encomex 2013, que contou com apresentação da coordenadora de Desenvolvimento de Programas de Apoio às Exportações e diretora do Departamento de Micro, Pequenas e Médias Empresas do Mdic e coordenadora geral do evento, Cândida Cervieri.
Desempenho
A coordenadora destacou os dados do comércio exterior do Ceará nos primeiros sete meses do ano, quando as exportações do Estado caíram 9,1% sobre o mesmo período de 2012, enquanto que as importações obtiveram elevação de 46,5%."Esse saldo negativo tem que ser revertido e, para isso, temos que dar apoio às Micro, pequenas e médias empresas", analisa, ponderando que esta é uma tarefa a longo prazo, tanto para o Brasil, como para o Ceará. Das 261 empresas exportadoras do ceará neste ano, 70% eram micro, pequenas ou médias empresas. Contudo, em relação ao valor exportado, 90% foram provenientes das grandes. "Este é um mercado seletivo, não é tarefa para amadores. É preciso preparar nossas empresas", afirmou. Ele apontou que as empresas que se mantiveram no mercado externo deverão ter um retorno maior agora, em virtude do câmbio, com o dólar elevado."Muita gente deixou de exportar depois da crise de 2008. Foram 13 mil a menos em todo o Brasil. Mas nós sempre defendemos que não se deve deixar o mercado externo. Hoje, quem ficou, está tendo mais lucros".
Encomex
O Encomex 2013 pretende reunir cerca de 1.200 pessoas interessadas no comércio exterior. O evento terá oficinas setoriais e temáticas, além de contar com balcão de atendimento do MDIC, encontro de negócios, estandes das instituições parceiras e oferecerá, ainda, um curso de formação básica de exportação."O Encomex é uma formadora de exportadores. Toda a reunião de negócios da encomex, a reunião das tradings, tudo isso corrobora pra gente começar a mexer mais nesse setor", avalia o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Roberto Smith.
As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser efetuadas pelo site http://www.encomex.mdic.gov.br/.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/SÉRGIO DE SOUSA

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