quinta-feira, 31 de março de 2016

EMPRESAS APOSTAM EM COMPLEXOS INDUSTRIAIS.

A nova Lei dos Portos, 12.815, acabou com a proposta de criação de porto indústria - a permissão para as empresas instalarem um terminal portuário, mas apenas para movimentar carga própria. Mesmo assim, o conceito mais amplo de empreendimentos que utilizam sua retroárea para a instalação de um complexo industrial está atraindo o interesse dos investidores. Inspirado no projeto do Porto do Açu, o grupo JCR Participações programou investimento de R$ 1,5 bilhão, para a criação, inicialmente, do Terminal Portuário Porto Pontal, na região da Bacia de Paranaguá, no Paraná, e, futuramente, um porto indústria.
O terminal ocupará mais de 600 mil m² e contará com um pátio 'de 450 mil m², o que constitui a maior área para depósito de contêineres do país. Mas a área total é de 15 milhões de m² e poderá abrigar um parque logístico-industrial de 3 km frente ao mar.
"Vamos desenvolver a infraestrutura urbana e estimular que empresas venham se instalar, viabilizando a criação de um grande cluster logístico-industrial, que pretendemos desenvolver num horizonte de três a quatro anos, com o apoio do governo do Estado. Nossa intenção é funcionar como os portos da Europa, que arrendam suas áreas para outras empresas", explica Ricardo Bueno Salcedo, diretor do Porto Pontal.
A exemplo dos grandes portos europeus - como Rotterdam Gateway, Antwerp Gateway e Euromax Terminal Rotterdam - em vez de usar RTGs como os portos brasileiros, o terminal vai ser equipado com RMG (rail mounted gantry), guindastes de pórtico montados sobre trilhos, tendência mundial por sua eficiência e segurança.
Para atender o Paraná - maior produtor e exportador de frangos do país -, o novo porto terá 5 mil tomadas reefer, essencial para abrigar contêineres refrigerados. Salcedo lembra que o Estado é o único do país com apenas um terminal de contêineres, e o Porto Pontal surge para oferecer uma gama maior de serviços.
No Rio de Janeiro, o Porto do Açu segue tentando se viabilizar nas mãos dos novos controladores reunidos na holding Prumo Logística Global. A holding é composta pelo EIG, fundo de investimentos americano com 74,3% de participação, a Mubadala, com 6,7%, o Itaú, com 6,4 %, ambos integrando com os demais minoritários o free flot de 25,7%. O Porto do Açu ocupa uma área total de 90 km² com capacidade para acomodar grandes estruturas industriais e de logística e conta com quase 20 m de cais. Diversas novas operações estão programadas para 2016.
O conceito do Açu é de complexo industrial integrado a dois grandes terminais portuários (Onshore e Offshore). O Terminal Offshore (T1) é dedicado a minério de ferro e petróleo. Começou a operar no final de 2014 com os primeiros carregamentos do minério que vem por 500 km de mineroduto do Quadrilátero Ferrífero de Minais Gerais, no município de Conceição de Mato Dentro, até a Ferreport - joint venture entre Prumo (50%) e Anglo American (50%). O terminal de minério tem capacidade para 26 milhões de toneladas e movimentou em 2015 10 milhões de toneladas devendo atingir 16 milhões de toneladas este ano.
"Em maio, será inaugurado o terminal de transbordo de petróleo, com capacidade de 1,2 milhão de barris diários", afirma José Magela, CEO do Porto do Açu.
Fonte: Valor Econômico/Carmen Nery | Para o Valor, do Rio

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