sexta-feira, 11 de março de 2016

DRAGAGEM É INTERROMPIDA NA MAIOR PARTE DO CANAL DO PORTO DE SANTOS.

Dos três contratos de dragagem do Porto de Santos, dois estão encerrados. Com isso, os trechos 2, 3 e 4 do canal de navegação, região que vai do Entreposto de Pesca, na Ponta da Praia, até a Alemoa, não estão sendo dragados. A obra também está paralisada, há três meses, nos berços de atracação do cais santista. Agora, apenas as profundidades do trecho 1 da via marítima, que vai da entrada da Barra ao Entreposto de Pesca, estão sendo mantidas. No entanto, a obra será interrompida em 30 dias, quando seu contrato chegará ao fim.
A falta de dragagem atinge todos os terminais do Porto, da Ponta da Praia à Alemoa, inclusive os da Margem Esquerda (Guarujá). A situação é ainda mais preocupante tendo em vista as chuvas desta época do ano, que aumentam o assoreamento (deposição de sedimentos) no estuário, reduzindo sua profundidade.
Dois dos três contratos que garantiam a continuidade da dragagem chegaram ao fim. Isto ocorreu sem que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) garantisse a continuidade dos trabalhos, fundamentais para a competitividade do complexo.

Contrato da dragagem nos trechos 2, 3 e 4 do canal foi renovado e terminou no mês passado
Questionada, a estatal que administra o cais santista se limitou a informar que o processo de contratação de uma empresa de dragagem está em elaboração. E não respondeu às perguntas sobre o motivo da finalização do contrato dos trechos 2, 3 e 4 – o DP nº 42.2014, firmado com a Van Oord Operações Marítimas e renovado em agosto do ano passado, por mais seis meses, até fevereiro. Foram investidos R$ 19,7 milhões na obra, que englobava a manutenção da profundidade no canal e nos acessos aos berços de atracação nos três trechos, entre o Entreposto de Pesca e a Alemoa.
A empresa holandesa ainda tem um segundo contrato com a Codesp, o DP 24.2015, aditado em 6 de outubro por mais seis meses, até o próximo dia 6. Ele se refere apenas à manutenção do canal de navegação no Trecho 1 do estuário. Seu valor é de R$ 19,86 milhões.
Berços
Pelo menos dois terminais do Porto de Santos já sentem os reflexos do assoreamento causado pela falta da dragagem de berços do Porto. O serviço foi interrompido em 10 de dezembro do ano passado e até agora não foi retomado, pois a Codesp não conseguiu recontratá-lo.
Instalações portuárias temem que as dimensões de calado dos pontos de atracação sejam reduzidos. O Ecoporto Santos, que fica no Cais do Saboó, registrou perda de profundidade em um dos seus pontos de atracação, no Cais do Corte.
Já a Brasil Terminal Portuário (BTP), instalação especializada na operação de contêi-neres e localizada na Alemoa, teve seu berço 1 impactado pela falta de dragagem. Por isso, está com profundidade inferior ao homologado no canal, segundo a empresa. Para a companhia, essa situação reduz em até um terço sua capacidade de movimentação – que, oficialmente, é de 2,5 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) por ano e, na prática, fica em 1,65 milhão de TEU/ano.

Fonte: Tribuna online\FERNANDA BALBINO

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