quarta-feira, 9 de março de 2016

ARCO NORTE É A ROTA PARA MATO GROSSO.

Mato Grosso produz commodities agrícolas em escala e busca melhor logística para escoar sua safra sem que o frete reduza a lucratividade do setor. O índice de continentalidade – indicador que mede a distância da lavoura ao porto – é alto. Ou seja, a localização geográfica do estado, no centro do continente, exige modernização do transporte. Nesse cenário entra a sigla SEP, que não é muito familiarizada ao mato-grossense. Trata-se da Secretaria de Portos, que tem status de ministério e responde por aquilo que a economia mato-grossense mais precisa e exige: a viabilização portuária dentro do contexto da intermodalidade.
Cuiabá fechou ontem, o ciclo de palestras de um seminário sobre portos, promovido pela SEP em parceria com a Revista Carta Capital, iniciado em São Paulo e que incluiu Belém. Em Mato Grosso o evento contou com a participação do ministro Helder Barbalho (de Portos), outras autoridades, investidores e empresários dos setores agrícola e de logística.
A convite dos senadores Blairo Maggi e Wellington Fagundes, Barbalho veio a Cuiabá falar sobre o segundo leilão de áreas portuárias no Pará e para mostrar a grupos e fundos interessados as alternativas de investimento nesse segmento, que segundo estimativas da SEP chegará a 2042 com aportes na ordem de R$ 51 bilhões.
O tema é do mais alto interesse de Mato Grosso e Rondônia, que despachou seu vice-governador Daniel Pereira, para debater a questão, uma vez que aquele estado também produz commodities e precisa chegar aos mercados na Europa, Ásia e África.
Barbalho falou a linguagem dos produtores rurais e empresários da logística de escoamento de commodities. Defendeu a construção de portos e estações de transbordo, e a ampliação e melhoria da intermodalidade dos sistemas de transporte rodoviário, ferroviário e fluvial. Mostrou que a crise nacional em curso não atinge a SEP e que trabalha “para dar mais competitividade à soja brasileira“, referindo às lavouras do Centro-Oeste e Rondônia. O ministro citou que os portos públicos e privados do Pará embarcam anualmente 8,5 milhões de toneladas de grãos, mas seu projeto prevê que em 2020 o volume embarcado suba para 22,1 milhões de toneladas, o que se traduzirá num aumento de pelo menos 160%.
O enfoque dos palestrantes foi sobre o chamado Arco Norte, que são os portos e a logística intermodal alimentadora desses portos da região norte, no Pará, Rondônia, Maranhão e Amapá, por onde Mato Grosso busca saída para a safra de sua soja cultivada abaixo do Paralelo 14, região que inclui os municípios de Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Tapurah e outros celeiros agrícolas.
Além da SEP, o governo paraense também defende a ampliação dos portos do Arco Norte. No próximo dia 31, acontecerá na BM&FBovespa, em São Paulo, o leilão para arrendamento de seis áreas portuárias no Pará. Essas áreas é que permitirão o boom do crescimento dos embarques previstos por Barbalho. Resta, porém, o desafio de se criar e consolidar meios de acessos por ferrovias, hidrovias alimentadoras e rodovias a esses portos.
Fonte: Diário de Cuiabá/EDUARDO GOMES

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