segunda-feira, 19 de outubro de 2015

CÂMBIO CRIA OPORTUNIDADE DE EXPORTAÇÃO PARA A ÁFRICA.

O real desvalorizado frente ao dólar cria oportunidade para exportadores brasileiros no continente africano. Há demanda para setores como vestuário, alimentos, construção civil e oportunidade de investimentos em segmentos como infraestrutura e saúde, entre outros, segundo Rui Mucaje, presidente da Câmara de Comércio Afro-brasileira (Afrochamber).
Para Mucaje, os olhos dos exportadores brasileiros ainda estão muito voltados à Europa e Ásia, mas há grande interesse em estreitar relações com países africanos. Nesse sentido, diz ele, há vários esforços dos países para conhecer melhor o Brasil e também facilitar o comércio, com medidas como redução do tempo de transporte entre América do Sul e África. Ele destaca que, atualmente, a Ásia representa cerca de 33% dos embarques brasileiros, enquanto os mercados africanos ficam com apenas 4,3%.
Em 2014, o comércio bilateral entre Brasil e o continente africano fechou com déficit de US$ 7,3 bilhões, pouco mais que os US$ 6,3 bilhões de 2013. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o saldo negativo é bem menor (US$ 228,6 milhões, resultado influenciado pela queda na importação de petróleo e nafta. Na pauta de exportação brasileira aos africanos predominam alimentos, entre produtos agrícolas e carnes.
Mucaje defende, porém, que as relações comerciais sejam alongadas. Ele conta que há muitas empresas interessadas em exportar para países africanos. "Não há dúvida que o ambiente está propício, mas a relação comercial precisa ser avaliada no médio e longo prazo." Há mercados na África, diz Mucaje, nos quais predominam os produtos asiáticos mas, com o câmbio atual, é possível que o produto brasileiro ganhe competitividade.
"Há muitas empresas interessadas em fazer somente uma operação", diz. "A ideia é mudar isso. Propiciar que uma empresa exporte agora, crie fidelização e mais tarde tenha uma unidade na África, porque há demanda para isso."=====================
Fonte: Valor Econômico/Por Marta Watanabe | De São Paulo

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