quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Contrato barra embarque de carga viva no Porto de Santos.



A operação de embarque de bois no terminal do Ecoporto Santos, no Cais do Saboó, no Porto de Santos, foi suspensa por conta de uma questão contratual. Isto aconteceu porque a instalação é especializada na movimentação de contêineres e não em embarques de carga viva. Mesmo com a suspensão na última quinta-feira, o navio Nada chegará nesta manhã ao cais santista. 

Em novembro, 27 mil cabeças de gado foram embarcadas no terminal do Ecoporto Santos com destino ao Porto de Iskenderum, na Turquia. O terminal pretendia repetir a operação e torná-la rotina no cais santista. Mas um parecer técnico da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) fez com que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária) suspendesse temporariamente a operação. 

A Tribuna apurou que a questão gira em torno do contrato de arrendamento do terminal. Firmado em 1998, ele prevê apenas a movimentação e a armazenagem de contêineres. Mas, em 2001, a Docas editou uma resolução em que é aberta a possibilidade de operação de carga geral em instalações deste tipo. 

O embarque de novembro, considerado um teste desta operação, foi autorizado pela Autoridade Portuária por conta deste regramento. Mas, o caso foi enviado para análise do órgão regulador, que ainda não se posicionou oficialmente.

Por enquanto, apenas a área técnica da Antaq se manifestou contrária à viabilidade da operação. Isto aconteceu porque o embarque de bois não é considerado uma operação de carga geral e, sim, de carga viva, que requer características e condições de arrendamento específicas. 

Para alterá-las, seriam necessários novos investimentos, a elaboração de um novo Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e ainda a alteração do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto. 

Para o Ecoporto, a suspensão das operações foi um balde de água fria nos planos de ampliar suas operações e passar a embarcar carga viva regularmente. Esta era uma possibilidade para dar fim à ociosidade do terminal, diante das dificuldades enfrentadas por conta da concorrência com outras instalações de contêineres do Porto.

O caso ainda será avaliado em definitivo na reunião da diretoria-executiva da Antaq do próximo dia 25. Em seguida, após o parecer final do órgão regulador, a questão será abordada pelos dirigentes da Docas, mas não há uma previsão de quando isto ocorrerá.

Nada

Quando a Docas suspendeu temporariamente o embarque dos bois no Ecoporto, o navio Nada (que em árabe significa orvalho), projetado especialmente para a transporte de bovinos, já havia iniciado viagem em direção a Santos. Neste cargueiro, foram embarcados, em novembro, os garrotes – touros jovens com até 250 quilos. 

O Nada deixou o Porto de Cartagena, na Colômbia, no último dia 3 e, desde então, segue em direção ao cais santista. A previsão é de que a embarcação chegue à região no início desta manhã, mas ainda não há atracação programada. Ele permanecerá na Barra. 

Também não há informações sobre o deslocamento de bois até o cais santista. No primeiro embarque, eles foram trazidos em caminhões especiais de fazendas localizadas a cerca de 500 quilômetros da Capital.

Procurado, o Ecoporto Santos não respondeu aos questionamentos da Reportagem até o fechamento desta edição. 

Fonte: A Tribuna

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